Na 2ª Paralimpíadas, paraense Thiego Marques destaca evolução e projeta medalha em Paris

Judoca é uma das apostas brasileiras para conquistar medalha nos Jogos Paralímpicos 

Aila Beatriz Inete
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O Pará terá oito competidores nas Paralimpíadas de Paris. Um deles é o judoca Thiego Marques, que vai para a segunda participação em Jogos Paralímpicos e busca a primeira medalha. O principal, objetivo, é voltar da França com o ouro brilhando no peito, além de contribuir para dar mais visibilizar para o desporto paralímpico no Brasil. 

"Treino todo dia para ser medalhista de ouro, para ser campeão. Todo dia vou para o tatame, para as pistas de corrida, academia sempre pesando na medalha de ouro. E, além disso, [quero] trazer visibilidade para o deporto paralímpico, pois a vida do paratleta não é só ganhar medalha, é mostrar para o mundo que todo mundo pode, seja um cara com deficiência, com um credo religioso, raça, orientação sexual", disse o judoca. 

“Acredito que o esporte tira qualquer limitação e eu quero mostrar para o mundo que todos podem”, completou o paraense em entrevista ao Núcleo de Esportes de O Liberal antes de viajar para Paris. 

Evolução

Thiego tem albinismo e baixa visão. Quando criança, o judoca sofria bullying por conta da condição. A situação foi assim até entrar para o judô. Hoje, o paratleta é um principal nomes da modalidade no país.

O judoca de 25 anos estreou em Paralimpíadas na edição de Tóquio, atrasada para 2021 por conta da pandemia da Covid-19. Naquela edição, o paraense foi eliminado ainda na primeira rodada, transferindo, assim, o sonho da medalha para Paris. Após os últimos Jogos Paralímpicos, Thiego evoluiu bastante. Atualmente, é o quarto colocado no ranking mundial e, na categoria J2 até 60 kg, é campeão sul-americano. 

Neste ciclo paralímpico, o paratleta acredita que está mais maduro, experiente, o que faltou para ele na disputa de Tóquio, e está pronto para buscar a medalha para o Pará. 

“Não é que algo naquela época [Tóquio] me atrapalhou. É que eu não conhecia muito bem o que era Paralimpíadas. É um evento totalmente diferente de qualquer outro, que acontece de tempos em tempos, o sonho de todo atleta e paratleta. Então, é um sonho estar lá. Na primeira vez, eu fui como um jovem, agora estou mais experiente e acredito que o meu diferencial será isso, além de ter medalhado em vários campeonatos internacionais”, ressaltou o judoca. 

Estrutura e visibilidade 

Thiego é natural de Parauapebas, mas mora e treina no Palmeiras, em São Paulo, há alguns anos. A mudança foi necessária para estar mais perto da seleção brasileira de judô e ter estrutura para se manter em alto rendimento. 

“Tive que vim para ficar mais próximo da Seleção brasileira e porque o esporte paralímpico não é tão bem-visto quanto o convencional, não é à toa que a visibilidade das competições não vai ser a mesma e não tem um motivo para isso”, comentou o judoca. 

Mesmo com as dificuldades que os paratletas enfrentam para conseguirem estrutura adequada, Thiego acredita que o esporte paralímpico no Brasil está avançando e luta para a categoria ter mais visibilidade e destaque. 

"Acredito que estamos no caminho certo. No Rio foi o 'boom' do esporte paralímpico no país, onde todo mundo viu que temos paratletas aqui. E nós do deporto paralímpico, em geral, trazemos mais medalhas que o esporte convencional. Então, esse é um grande diferencial para a gente apostar na visibilidade para nós”, destacou. 

Em Paris, Thiego vai ter o apoio especial de uma amiga e de uma das suas maiores inspirações, a medalhista de ouro em Tóquio no judô Alana Maldonado. O paraense revelou que tem na paratleta uma grande fonte de energia e uma aliada para a competição. 

“Uma pessoa que me inspira no esporte é a Alana Maldonado. Ela é minha amiga, parceira de clube no Palmeiras, da seleção e falo também que é da vida. Ela é minha inspiração dentro e fora do esporte, é extremamente humilde, me auxilia nos treinamentos. Quando fui para Tóquio, ela já tinha ido para a do Rio, então, me ajudou bastante. Então, sim, ela é a minha inspiração”, contou. 

Com o talento, dedicação e investimento, o atleta se estabilizou e vive do esporte, além de ter realizados sonhos por meio do judô.  

“Hoje em dia vivo apenas do esporte. Graças a ele eu saí da minha cidade, vim para São Paulo, vivo e moro sozinho aqui. Sou fisioterapeuta de formação. Apesar de ainda não atuar, me formei intercalando treino, estudo, viagens, estágios. Uma das minhas maiores conquistas no esporte foi ter tido o meu diploma de bacharelo em fisioterapia, área que atuarei depois que encerrar a minha carreira, que acredito que não vai ser breve (sic)", concluiu o paraense. 

As Paralimpíadas de Paris começam na próxima quarta-feira (28) e vão até o dia 8 de setembro. Ao todo, 279 esportistas brasileiros vão disputar medalhas, entre eles, oito são paraenses — o está com mais representantes da região norte. Alan Fonteles, Bruna Lima, Josemarcio Sousa, Jhulia Karol, Fernanda Yara, Lucilene Sousa e Larissa Oliveira são os nomes do Pará que estarão nos Jogos além de Thiego Marques. 

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