Vida saudável: patins são opção de lazer e exercícios ao ar livre em Belém
Soma de esporte e lazer, o patins volta a tomar as ruas da capital paraense como opção de exercício de baixo custo e alta liberdade
Sentir a leveza e a sensação de liberdade ao deslizar sobre o asfalto, praças ou parques. Da mesma forma, trabalhar o equilíbrio e controlar a velocidade calçados com “sapatos de rodinhas”, que não deixa de ser um meio de transporte, bem como uma pratica recreativa, esportiva e que gera saúde. O patins, que foi febre nas ruas durante as décadas de 1980 e 1990, voltou a ganhar força e adeptos nas vias de Belém. Durante o mês de julho, de calor intenso e menos veículos nas pistas, é ainda maior a liberdade para os praticantes.
A radialista Tatiana de Lima Ribeiro, 37 anos, conhecida como Tati Ribeiro, conta que aos cinco anos de idade surgiu o interesse pelo patins. “Quando criança, meu pai me deu meu primeiro par e pratiquei o esporte recreativamente até os 11 anos de idade. Voltei a patinar aos 26 anos e não parei mais”, recorda.
A patinação, mais do que uma atividade divertida, oferece vantagens pouco conhecidas para a saúde. A prática permite sair da rotina e ainda obter benefícios cardiovasculares, além de significar também menos esforço repetitivo e intenso em comparação aos treinos de cardio comum em outras modalidades.
Para Tati Ribeiro, andar de patins proporciona benefícios ao corpo todo. “A patinação me deixa sempre em equilíbrio físico, pois essa prática ativa de forma ininterrupta a musculatura das pernas e do core, até mesmo quando parada de pé sobre rodinhas. Quando em movimento, incluem-se os braços também, pra lá e pra cá. O gasto calórico de um treino forte de patinação se equipara a um treino de corrida de rua, por exemplo, só que com menos impacto sobre as articulações”, comenta.
Tati também conta que patinar ajuda na saúde mental e social e trabalha o estresse - ela brinca que nunca viu alguém de cara fechada patinando. “Andar de patins não resolve, mas dá uma pausa nas preocupações. Te relaxa um pouco das tensões do dia-a-dia e você pode tomar um ar para pensar melhor enquanto toma uma água de coco sentado no banco da praça ou quando encontra e faz amigos que também praticam esse esporte, o que faz com que seu meio social seja expandido exponencialmente”, relata.
O esporte, além de tonificar os músculos e ajudar a fortalecer o coração, gerou a possibilidade de conhecer outros estados, países e culturas. Tati, que comprou seu primeiro patins pela internet, já viajou para países como Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Israel, Argentina, Portugal, Espanha e Suíça conhecendo grupos de patinadores ou competindo.
Puxados pelo grupo Patinadores do Pará, coordenado por ela, existe sempre alguém querendo ingressar na modalidade. É o caso de Ana Cláudia Santana Remédios, 30 anos, que desde criança sonhava em patinar. “Sempre tive muita vontade de andar de patins, via colegas minhas andando e eu nunca pude, por questões pessoais e familiares, dar início quando criança. Conheci a Tati na academia e vi que ela patinava e dava aulas de patinação. Pensei: vou meter o pé!”, relembra.
Há cerca de dois meses Ana Cláudia comprou um par e está aprendendo a patinar. Neste período ela conta que percebeu os benefícios da prática. “Percebi que ganhei muita resistência física com o patins e o treino de musculação é um diferencial para ajudar. E o patins te ajuda a ter essa consciência corporal, além de equilíbrio e resistência”, relata.
Ana Cláudia diz que, no início, por conta da falta de equilíbrio, foram muitos tombos, mas fazem parte do processo de aprendizado. Com o incentivo do grupo, é levantar e buscar se superar a cada "rolê".
O grupo Patinadores do Pará surgiu em fevereiro de 2015 por meio de um aplicativo de mensagens para reunir amigos e andar de patins. Em menos de um ano já eram cerca de mil participantes. Hoje o grupo usa as redes sociais para estabelecer laços e conectar mais de 6 mil pessoas. Semanalmente eles se encontram no turno da noite, geralmente por volta das 19h30, e saem para patinar pelas ruas da cidade.
Invenção é secular
Por volta de 1760 os primeiros patins "inline" foram criados e eram compostos por uma única roda em linha. Em 1819, M. O. Petitbled patenteou os primeiros modelos, em Paris, utilizando três rodas em linha que podiam ser de metal, madeira ou marfim. Ao longo dos 40 anos seguintes, todos os patins tinham rodas em linha, alternando-se o número (máximo de seis e mínimo de duas) e o modelo.
Equipamentos para patinar
1. Capacete: é equipamento indispensável em qualquer esporte radical com risco de quedas. No caso dos iniciantes, que são mais propensos aos tombos, utilizar o capacete para evitar e minimizar lesões cerebrais pode salvar vidas!
2. Joelheiras: na maioria das quedas, principalmente nas leves e nas moderadas, são os joelhos os que mais sofrem. Também evita lesões mais graves, as joelheiras servem justamente para minimizar o impacto, os machucados e garantir a segurança do praticante.
3. Cotoveleiras: são as "irmãs" menores das joelheiras. São igualmente importantes e imprescindíveis para evitar lesões, como fraturas e luxações nessa região.
4. Tornozeleiras: menos comum e pouco utilizado, este equipamento segue o mesmo princípio dos outros dois. As tornozeleiras servem para dar maior firmeza aos pés durante as manobras e evitar torções nesta região do corpo, além de diminuir o impacto em caso de quedas.
5. Luvas munhequeiras: também conhecida como wristguards, as luvas munhequeiras, bastante utilizadas por quem anda de skate, têm função de proteger os punhos e as mãos em casos de quedas. Sua extensão até o início do antebraço dá uma maior firmeza ao pulso, evitando torções e outros traumas.
6. Liner: a espuma interna dos patins, uma espécie de bota removível, além de proporcionar maior conforto, também é responsável por garantir maior firmeza no encaixe dos pés, garantindo maior segurança durante a prática.
7. Patins com a numeração adequada: pode até parecer bobagem, mas muita gente, sobretudo os iniciantes, ainda utiliza ou compra patins com numeração maior do que sua numeração ideal com a expectativa de que o equipamento dure por mais tempo. Isso é extremamente perigoso e aumenta consideravelmente as chances de lesões de tornozelo, como também os riscos de quedas por falta de firmeza e segurança, uma vez que o acessório fica com folga e mal encaixado nos pés.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA