Skate: o sonho olímpico que chega sobre quatro rodinhas e vem ganhando espaço no Pará

De esporte amador, o skate passou a ser modalidade olímpica. Atualmente, mais de 2 mil atletas praticam a modalidade e aguardam melhores condições nas pistas da capital

Luiz Guilherme Ramos

Desde que a skatista maranhense Rayssa Leal, de apenas 14 anos, conquistou a inédita medalha de prata nos jogos olímpicos de Tokyo, em 2021, na estreia da modalidade no circuito olímpico, o sonho de milhares de praticantes do skate se avolumou, na esperança de atingir patamares profissionais que permitam aos atletas a realização profissional, bem como a estabilidade alcançada através das pistas. 

Só na capital, estima-se que existam entre 1.800 a 2.500 praticantes, de acordo com o levantamento da Federação Paraense de Skate do Pará. São milhares de sonhos que procuram através dos espaços para a prática esportiva, aprimorar técnicas e entrar no circuito profissional.

Atualmente existem espaços específicos no conjunto Marex, Orla de Icoaraci e na praça do conjunto Cordeiro de Farias, além de inúmeros locais menores, que são utilizados diariamente tanto por amadores, quanto por profissionais. Um cenário relativamente simples, que pode ser drasticamente alterado, caso a promessa da Prefeitura de Belém saia do papel. 

Em agosto do ano passado, o prefeito Edmilson Rodrigues, em entrevista ao programa Liberal Notícias, na rádio Liberal FM, informou que a capital terá a maior pista de skate do Brasil, que será construída no bairro da Condor. 

“A orla tem que ser valorizada. Estamos com um projeto no antigo Iate Clube do Pará. Vai ser o maior parque de skate do Brasil. Com uma linguagem arquitetônica e paisagística totalmente amazônica. Anunciei no domingo (15) passado quando fui homenageado pela Federação dos Skatistas como membro benemérito. As três modalidades de skate vão estar presentes. E teremos uma pista suspensa projetada para o Rio Guamá, ao lado do antigo Iate Clube. Além de ser maior que a de Porto Alegre, que está sendo finalizada e hoje é considerada a maior, será de uma arquitetura espetacular”, disse na época. 

Passados sete meses do anúncio, a própria Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer (Sejel) informou que “as obras da pista de skate na Bernardo Sayão ainda estão em fase de elaboração e captação de recursos”. A pasta do esporte disse ainda que “neste ano, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), concluiu a revitalização dos parques de skates das praças Dom Mário Miranda de Villas Boas, localizada no Conjunto Providência, bairro Maracangalha, e Doroty Stang, no bairro da Sacramenta, além de construir uma nova pista de skate no Complexo Multiuso da avenida almirante Tamandaré, que deverá ser entregue ainda no primeiro semestre deste ano”.

Praticantes aguardam novos espaços e apoio

De acordo com a Federação Paraense de Skate, o Pará é um celeiro de campeões, por onde passam nomes de destaque no cenário nacional. “O Skate do Pará está num nível altíssimo. Hoje se divide em Street e Ladeira. O atual campeão brasileiro amador de ladeira é paraense de Salinas, o Pedro Sarmanho. O skate, num contexto geral, é a segunda potência depois de São Paulo. Já no Street está defasado devido à falta de apoio”, diz Mauro Abelha. 

Primeira etapa do circuito Eu, Dudu e o Skate, realizada em fevereiro deste ano, na pista do Marex, em Belém (Foto: Victor Nicolai)

O presidente diz que os atletas possuem potencial, mas a escassez de recursos das esferas público e privada atravancam o crescimento da modalidade. “Temos poucas lojas apoiando, apoio da prefeitura ou governo. Estão vindo algumas pistas, mas não sabemos quando estarão prontas. Ano passado levamos 10 atletas para o brasileiro. O melhor colocado foi de Benevides, que ficou em 10, na categoria iniciante”, destaca. 

Hoje, o principal circuito da modalidade é o Eu, Dudu e o Skate, criado em 2021, com três etapas. No ano seguinte, devido ao sucesso, foi ampliado para seis etapas, que abrangem além da área metropolitana, várias cidades do interior. “É o único circuito realizado no estado. Isso valoriza o atleta e ele tem a oportunidade de treinar para o brasileiro. Este ano vamos realizar a segunda etapa em Ananindeua, depois vamos para Tucuruí, Castanhal e Parauapebas”, enumera, Dudu Sardo, um dos idealizadores do circuito.

Segundo ele, através das inscrições nos campeonatos é possível dimensionar a procura pelo esporte e, após o sucesso de Rayssa Leal, o interesse por skates, acessórios e inscrições em campeonatos aumentou consideravelmente. "A categoria Mirim e Master foram as que mas cresceram", explica. A realização do torneio se deu através de vários skatistas dispostos a fomentar o esporte e cada etapa recebe o nome de um atleta paraense consagrado. “A segunda etapa terá o nome de Augusto Formiga, o primeiro skatista profissional do estado do Pará”, conta. 

Nova gereação de skatistas durante circuito Eu, Dudu e o Skate (Foto: Victor Nicolai)

Etapas do circuito Eu, Dudu e o Skate

1ª etapa - Belém (20/2) 
2ª etapa - Ananindeua (27/3)
3ª etapa - Belém (5/6)
4ª etapa - Tucuruí (agosto).
5ª etapa - Castanhal (setembro).
6ª etapa - Parauapebas (outubro).

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