Projeto voltado para o tênis em cadeira de rodas visa mais inclusão ao esporte
Federação Paraense vai criar iniciativa voltada para a nova modalidade
O tênis em cadeira de rodas é um dos esportes para pessoas com deficiência (PCD), que mais cresce no mundo. A modalidade é bastante parecida com a convencional, segue praticamente as mesmas regras. E assim como o acesso ao tênis tradicional, ainda não é tão popular em cadeiras de rodas.
Assim, a Federação Paraense de Tênis (FPT), juntamente com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), desejam criar um projeto para estimular a prática do tênis em cadeira de rodas e tornar a modalidade mais acessível para quem quiser praticar.
“O objetivo da Federação não é apenas promover o tênis de forma de competição ou social, com os campeonatos que a gente realiza, mas também gerar inclusão social para crianças e adolescentes voltado para o tênis em cadeira de rodas", explica o presidente da FPT, Roberto Kataoka.
Mauro Rodrigues, que é professor e diretor da Federação, foi o escolhido para participar de um curso ofertado pelo Comitê Paralímpico em São Paulo, para aprender mais sobre a modalidade e, assim, desenvolver o projeto aqui no Estado.
“Eu sou o único professor do Pará capacitado no Estado para dar aula de tênis em cadeira de rodas. Eu vou seguir um projeto com crianças e adultos cadeirantes de comunidades de baixa renda para dar aulas de graça. E a gente vai ter todo o apoio da Federação”, disse Mauro, que já tem um projeto que ensina a modalidade nos bairros.
André Vieira é cadeirante e está em processo de ressocialização. Chegou na Assembleia Paraense como funcionário e lá conheceu amigos que o trouxeram de volta para o universo do esporte. Atualmente, ele tem aulas com o professor Mauro e faz parte da iniciativa do clube de formar atletas na modalidade.
O tênis em cadeira de rodas é uma das 22 modalidades presentes nos Jogos Paralímpicos e possui diversas competições durante o ano todo. Não existem muitas diferenças nas regras. O esporte é jogado individualmente ou em duplas, tem as mesmas raquetes e bolas do convencional e a contagem de pontos é a mesma. As duas únicas mudanças é que a bola pode quicar duas vezes na quadra - a segunda fora das linhas - e, se necessário, outra pessoa pode sacar para o atleta.
“Eu já joguei muito o esporte. Não nasci com essa deficiência e joguei praticamente a vida toda e, por conta das intercorrências da vida, eu tive que parar. Agora estou de volta com esse projeto do Mauro de tênis em cadeira de rodas e estou muito feliz”, declarou André.
André explica que é tudo novo, mesmo já tendo praticado e jogado profissionalmente o tênis antes. Mas está gostando do processo. Ele ressalta que esses projetos são importantes para pessoas cadeirantes.
“Isso deve atrair muitas outras que estão escondidas, querendo voltar, mas não têm aquele incentivo, não têm a sincronia da vida com o esporte, talvez pela deficiência. Eu aceitei voltar porque eu sou um esportista, sempre fui”, pontuou o atleta.
O principal objetivo da iniciativa da Federação é criar oportunidades para que pessoas com deficiência entrem no esporte e, quem sabe, formar atletas de alto nível.
“O objetivo é tentar levar o esporte para aqueles que não tem oportunidades. Nós vamos oferecer aulas gratuitas, equipamentos. Queremos buscar resultados também, quem sabe no futuro possamos disputar campeonatos estaduais, nacionais…”, finalizou Mauro Rodrigues.
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