Em busca de novo título, professor e lutador de kickboxing paraense se divide entre ensinar e lutar
Kelson Barbosa tem luta marcada para abril, onde irá disputar o título da categoria até 75kg no Maximus II


Kelson Barbosa é mais um atleta paraense que vive o sonho do esporte. Lutador de kickboxing, aos 38 anos, o atleta se divide entre dar aulas e treinar para uma das competições mais importantes de sua carreira, o Maximus II. Sediado no Reino Unido, o evento ocorrerá em abril, e o paraense disputa o cinturão da categoria até 75kg.
"É sempre muito bom estar entre os melhores do mundo, representando meu país. Estou extremamente ansioso para o dia da competição e poder mostrar toda a minha evolução dos últimos meses e fazer um grande combate", declarou o lutador em entrevista ao Núcleo de Esportes de OLiberal.
Kelson é natural de Marituba, mas há 14 anos adotou Bragança, no interior do estado, como sua casa, onde dá aula de língua inglesa para estudantes da rede estadual de ensino. Com isso, ele precisa se desdobrar para manter os treinos e dar conta do trabalho.
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"A minha rotina é extremamente pesada, pois trabalho todos os dias pela manhã e à tarde. Então, eu treino nos meus intervalos. Em média, faço três treinos por dia para manter o alto rendimento", contou o atleta.
O trabalho ainda é necessário para que ele consiga se manter e tenha uma renda fixa. Assim como muitos, Kelson também enfrenta dificuldades para conseguir patrocínio e viver exclusivamente do esporte. Resiliente, o lutador já chegou a vender água para custear competições.
"Infelizmente, eu não consigo me manter apenas como atleta profissional. Apesar de ser um dos principais nomes do kickboxing da região Norte, é muito difícil manter os gastos apenas vivendo do esporte. Porém, eu procuro investir muito na minha carreira esportiva e conto com alguns apoios em época de viagem", contou.
O kickboxing entrou na vida do paraense aos 15 anos. Na época, segundo o lutador, ele era uma criança que dava trabalho na escola e começou na arte marcial para ter mais disciplina. Com o passar do tempo, a modalidade se tornou mais que um simples esporte para ele.
Hoje, Kelson é tricampeão mundial de kickboxing, com títulos conquistados na Inglaterra (2017), Itália (2018) e Escócia (2019). O paraense também passou pelo Infusion Kickboxing, maior evento da modalidade na Europa, e pelo Glory Rivals, em 2022.
O Glory é a maior organização de kickboxing do mundo, responsável por projetar o ex-campeão de meio-pesado do UFC, Alex Poatan. Após isso, Kelson ficou um ano parado e retornou em 2024 ao circuito mundial, onde conquistou a medalha de prata em Frankfurt, na Alemanha.
Agora, no dia 6 de abril, o lutador tem outro compromisso importante: vai disputar o cinturão do Maximus III. O evento reúne os melhores atletas de kickboxing do mundo, ranqueados pela Organização Internacional de Combate (ICO). Ele é o único brasileiro no card e vai brigar pelo título.
O paraense ainda não sabe quem será o seu adversário. O oponente sairá de uma competição que ocorre na Inglaterra este mês. Mas a preparação está intensa e focada.
"Tenho focado bastante na preparação física para chegar lá bem forte. Faço corrida, vou para a academia e, à noite, faço a parte técnica. Como ele [adversário] vem do Reino Unido, eles têm um padrão. São atletas altos e muito bons de chutes. Então, tenho focado bastante nos treinos de boxe para poder surpreendê-lo e conseguir o nocaute", explicou.
São mais de 15 anos de carreira, com inúmeras lutas no cartel. Como profissional, Kelson tem 15 vitórias e cinco derrotas na carreira. Além dessas, também acumula combates como amador, com mais de 25 duelos, e hoje vive a expectativa de dar mais um passo na carreira no kickboxing.
"O esporte é extremamente importante na minha vida, pois mudou a minha conduta e é através dele que eu procuro ajudar outros jovens a melhorar também", concluiu o lutador.
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