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Policial militar e multicampeão, paraense destaca o judô como agente transformador

Dia 28 de outubro é celebrado o Dia do Judô, em homenagem ao criador da modalidade, que é uma das mais populares do mundo

Aila Beatriz Inete

O judô é um dos esportes de combate mais populares e sofisticados do mundo. As lutas exigem muito mais do que força, combinando técnica, agilidade e preparo físico. Por isso, a modalidade atrai muitas pessoas. Um desses apaixonados pelo esporte, que se encantou ainda na infância, é o policial militar Elder Jaffe.

Hoje, multicampeão nacional e internacional, Elder teve a vida transformada graças ao judô. A modalidade entrou em sua vida por influência da mãe, que identificou no filho, inquieto e curioso, o interesse por artes marciais.

"Eu comecei no judô com 10 anos. Era uma criança muito agitada, e o momento em que eu mais me acalmava era quando assistia a filmes de ação, principalmente os que envolviam artes marciais. Minha mãe percebeu isso. Onde morávamos havia uma academia, e ela me levou para conhecer, mesmo sem condições de pagar a mensalidade. Na época, o professor Claudio Vassalli me deixou treinar de graça, me deu um kimono e, em três meses, conquistei o título de campeão paraense", relembrou o judoca.

Desde então, Elder encontrou no esporte uma verdadeira paixão e teve sua realidade transformada. No próximo dia 28 de outubro, será comemorado o Dia do Judô, uma data simbólica em homenagem ao japonês Jigoro Kano, criador da modalidade. Apaixonado pelo esporte, o paraense destaca como essa prática mudou sua história e estilo de vida.

"O esporte, de maneira geral, é uma poderosa ferramenta de transformação social. O judô mudou a minha vida. Desde que comecei a praticar, aprendi a ter disciplina, compromisso, respeito e paciência. É um esporte que agrega muitos valores à vida das pessoas", ressaltou Elder.

Aos 37 anos, o paraense ainda compete em duas categorias: sênior e master 2 – para atletas acima dos 30 anos. Em seu currículo, Elder acumula inúmeras medalhas. É tricampeão sul-americano, bicampeão pan-americano e, neste ano, conquistou o bronze no mundial em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Esta era a única medalha que faltava em sua coleção, que inclui títulos de campeão brasileiro, paraense e outros.

O equilíbrio entre as duas rotinas e o cenário da modalidade no Pará

Policial militar há quatro anos, o paraense precisa se organizar para equilibrar as duas funções. "Isso é motivo de muita honra e satisfação, representar não só o meu país em competições internacionais, mas também o meu estado e a Polícia Militar do Pará", destacou Elder.

Nos treinamentos, o judoca aproveita os dias de folga para aperfeiçoar as técnicas de luta. Quando está em serviço, mantém um treino mais voltado para o condicionamento físico e, nas competições, conta com o apoio e compreensão da corporação, que o incentiva e torce por ele.

Além de Elder Jaffe, que se destaca em sua categoria, o Pará tem grandes nomes na modalidade, como Rafael Ribeiro, Rosângela Ribeiro, Larissa Oliveira no parajudô e Thiego Marques, que participaram da última edição das Paralimpíadas. Apesar disso, o esporte ainda carece de valorização no estado.

Durante as competições, o judoca recebe apoio governamental para custear as viagens. No entanto, falta um trabalho efetivo e maior visibilidade para desenvolver a modalidade.

"Falta apoio, investimento e um olhar mais atento para o nosso esporte, que é olímpico e o que mais trouxe medalhas para o Brasil na história das Olimpíadas. Precisamos de pessoas sérias e comprometidas com o judô paraense. Hoje, por exemplo, o Rafael Ribeiro representa o Maranhão, mas ele é um atleta nosso. Acho que falta mais carinho e amor por esse esporte, que nos representa tão bem nas competições", concluiu.

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