Pela saúde do pet, bióloga encara o desafio da Corrida do Círio com 10 quilos no corpo
O peso a mais é referente ao pequeno Xodó, um pet que foi diagnosticado com um tumor e contou com a ajuda de Nossa Senhora para recuperar-se e seguir alegrando a família da bióloga Thais Brilhante
Pela primeira vez na vida, a bióloga Thais Brilhante resolveu participar da Corrida do Círio, a prova de rua mais longeva do estado do Pará, que este ano completa 38 edições, consolidada como um dos eventos esportivos de maior relevância durante a quadra nazarena. A decisão de participar da corrida - que será realizada no dia 22 deste mês de outubro - , no entanto, não foi por um mero capricho ou vontade de superar limites. Em tempos de Círio, histórias de fé e amor brotam por todos os cantos, inclusive daqueles que nutrem um amor genuíno pelo seu pet.
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A história de Thais nasceu, literalmente, graças ao Xodó, um cão de estimação que adquiriu uma condição incomum quando diagnosticado com um tumor no baço. A notícia mexeu com o psicológico da bióloga, que resolveu fazer tudo ao seu alcance para salvar a vida do pet.
"Os veterinários não sabiam se era maligno. Quando foi em julho, além do tumor ter aumentado, apareceram outros no fígado. Ele teria que operar para retirar o baço e testar o tumor para saber se era ou não câncer. A cirurgia era grande, podia dar hemorragia e eu estava com muito medo. Eu peguei gosto pela corrida mas faz pouco tempo, mas correr 5 km era um desafio, então prometi que, se ele ficasse bem, eu correria os 5 km da Corrida do Círio carregando o peso dele (10kg). A cirurgia deu certo e a veterinária não encontrou os tumores. Ainda estamos esperando o resultado dos exames de biópsia, mas só dele estar bem valeu a promessa. Prometi também que repetiria a corrida com os pesos todo ano que ele passasse bem com a gente. Então espero ainda correr muito no Círio", conta.
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Aos 38 anos, a bióloga viu sua rotina mudar quando resolveu apostar na fé e na força de Nossa Senhora de Nazaré, mesmo já tendo participado de outras provas de rua. "Essa vai ser a terceira. Eu corri outras duas de 7 km como treino, mas elas eram de noite e eu fui sem pesos. Ainda estava testando pra saber o quanto eu ia precisar melhorar", explica. Hoje, a rotina de treinos é diferenciada e requer bastante dedicação, sobretudo pela escolha de se preparar sem ajuda profissional.
"Eu não participo de nenhum grupo nem assessoria, comecei a correr com uns amigos do Cross Fit e pra promessa estou treinando só. Corro na rua três vezes por semana. Fui aumentando o peso aos poucos até chegar nos 10 kg e consegui completar os 5 km. Um amigo me emprestou um colete de treino para carregar os pesos para facilitar. Nada profissional", detalha.
Enquanto faz os treinos em nome da saúde, o Xodó continua sua jornada de recuperação, sem nem imaginar o quanto sua amiga humana tem se esforçado para agradecer pela sua saúde. "Acho que ele já sofreu demais se recuperando da cirurgia. Além do mais já é um jovem senhor (tem 9 anos) não ia aguentar me acompanhar na corrida. Mas ele é o amor da família toda, então está sempre nas comemorações de família e Graças a Deus e Nossa Senhora ele vai estar no almoço de Círio da família mais um ano".
Em via de regra, essa e outras histórias semelhantes ornamentam toda a magia que envolve a maior festa católica do povo paraense. Para Thais, o Círio, além de ser um grande ato de fé e coragem, é responsável pela união de famílias, independente de raça, gênero ou mesmo espécie, caso do Xodó, que hoje é mais que um pet e ocupa um espaço inimaginável em toda a família, assim como a fé em Nossa Senhora de Nazaré.
Cada provação que a gente passa juntos nos torna mais unidos. Três anos atrás eu tive depressão e ter ele me ajudou a superar, pois precisava cuidar dele então tinha que me cuidar. Ainda trato a ansiedade e ter ele me ajuda a manter uma rotina mais saudável e alegre. Além disso, o Círio é a melhor época do ano. Eu sempre curti o Círio em família. E como a maioria delas, a minha se reúne para almoçar no domingo. É um momento de muita alegria. A gente se sente abençoada mesmo nessa época. Não dá pra explicar", encerra.
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