Estreando em nova categoria do UFC, Deiveson Figueiredo revela motivo de mudança; confira detalhes
Paraense volta aos octógonos estreando no peso-galo, em luta parte do card principal do UFC Austin, que ocorre neste sábado (2)
O UFC desembarca em Austin, nos Estados Unidos, neste sábado (2), a partir das 18h, e no card principal, estrelado por um duelo de pesos-leves, está o paraense Deiveson Figueiredo, o ‘Deus da Guerra’, que estreia em uma nova categoria em seu retorno aos octógonos após 11 meses.
O paraense é ex-campeão peso-mosca (até 56,7kg) e encara o estadunidense Rob Font, em sua estreia no peso-galo (até 61,2kg), depois de uma quadrilogia histórica contra Brandon Moreno, encerrada em janeiro deste ano após a derrota de Figueiredo.
Caso conquiste o primeiro desafio nos galos, Figueiredo se coloca em uma posição privilegiada para futuras rodadas. Além do paraense, mais quatro brasileiros estarão presentes na grande noite texana da liga, são eles: Netto BJJ, Melquizael Costa, Rodolfo Bellato e Wellington Turman.
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Visando conquistar o cinturão da categoria e enfrentar novos desafios, o ‘Deus da Guerra’, falou com a equipe de O Liberal sobre a mudança, expectativas para a divisão e para a luta contra o primeiro rival Rob Font, número oito do ranking entre os pesos-galos.
Confira a entrevista:
OL: Qual é o principal motivo para a mudança de categoria? O que te levou a tomar essa decisão?
Deiveson Figueiredo: Bom, o principal motivo da minha mudança de categoria, é que tava muito difícil para bater o peso, eu sou um cara que tô com 35 anos, e é chegada a hora [de mudar]. Com 29 anos iniciei a categoria 57 quilos, e com 35 anos fica mais difícil bater o peso. Tomei essa decisão já há muito tempo que eu já não aguentava mais a bater esse peso, era um sofrimento muito grande para mim. E nessa categoria de 135 libras (61,23 kg), eu tô me sentindo muito bem, graças a Deus. Não fiz uma dieta 100% restrita, foi uma dieta ótima, onde tive meus momentos de sair e comer algo diferente, algo de sabor. E estou me sentindo feliz. O importante é isso, é me sentir feliz, me sentir saudável. Já estou indo para os 36 anos, então preciso cuidar mais do meu corpo, preciso mantê-lo mais saudável.
OL: Teve algum foco especial no camp relacionado com mudança de peso?
DF: Bom, o foco maior eu já vinha trabalhando desde que imaginei subir de categoria. Quando tomei essa decisão eu já comecei a treinar diferente, comecei a aumentar massa, comecei a trabalhar mais força na minha preparação física. Eu não me sinto um cara pequeno para a categoria, se eu não focar vai embora o peso. Mas o foco é a explosão que tenho, usar e me beneficiar muito disso, e trabalhar um jogo bem agressivo nessa luta.
OL: Como está a expectativa para a estreia nessa nova categoria?
DF: Tô me sentindo muito feliz, espero que a gente saia com essa vitória. Sou um cara que entra com pensamento sempre positivo, entro ali para sair vitorioso e é o que tá dentro de mim. Tô bem confiante e eu quero sair dali vitorioso, porque é uma felicidade que não é só minha. É para o meu time que tá três meses me treinando, para a academia onde fiz o camp aqui nos Estados Unidos, para a minha academia de Belém, que é o Time Figueiredo, e para meus fãs, galera que torce muito, acredita em mim, sabe que tenho potencial. Quero sair com essa vitória e trazer essa felicidade para todos eles.
OL: Existe algum aspecto na tua maneira de lutar que pode te dar alguma vantagem no confronto?
DF: Com certeza, sou um cara que tá subindo de uma categoria abaixo, onde a velocidade é muito grande, e eu tô subindo, então minha velocidade é 100% maior que a do Rob Font, que é um cara que é do boxe. Me sinto muito mais veloz que ele, tenho uma velocidade a mais, uma explosão a mais, que vai me beneficiar muito.
OL: Você tem estudado seu adversário? O que espera dele no octógono?
DF: O Rob [Font] é um cara que gosta, ou melhor, ama o boxe, tenho certeza que ele vem fazer esse jogo comigo. Treinei muito a parte do jogo de distância para que eu possa me movimentar bem sem tomar golpes dele.
OL: O ex-campeão Aljamain Sterling fez algumas declarações sobre a sua estreia, declarou que você vai ser nocauteado por ser pequeno demais. O que você tem a dizer sobre essas declarações?
DF: Quando eu sair vitorioso dessa luta, ele é um cara que tá no meu ponto de vista para pedir luta contra ele, quero enfrentar ele. Espero que o UFC me dê essa grande chance de luta acontecer, entre campeão e ex-campeão.
OL: Você tem alguma lesão que preocupa para a luta ou está totalmente preparado fisicamente?
DF: Fisicamente, mentalmente, tô feliz, bem preparado. Os fãs podem ter certeza que eles vão ver um cara bem versátil e bem inteligente no sábado.
OL: Quais teus planos e metas para o futuro nessa nova categoria? Existe algum lutador que você gostaria de enfrentar na divisão?
DF: Tem muitos lutadores que eu adoraria enfrentar. São caras de grande potencial, além do Aljamain Sterling, eu gostaria de enfrentar o Dominick Cruz, são dois ex-campeões que eu adoraria enfrentar, seriam oportunidades perfeitas.
OL: Você é um dos grandes nomes do Pará no UFC, qual a importância de ser paraense na sua carreira?
DF: Sou um paraense, marajoara e sourense. Saí do Marajó e cheguei em Belém, cidade linda e maravilhosa, com a melhor culinária do mundo, principalmente no açaí com charque frito. Sou muito feliz de ser paraense, apesar de morar fora, na minha aposentadoria quero curtir Belém, curtir o Brasil, ter mais esse tempo para mim.
OL: Tem alguma mensagem para os fãs paraenses que se inspiram em você e vão te assistir no sábado?
DF: Minha mensagem para as pessoas que se inspiram em mim é que nunca desistam, que eles possam se focar, acreditar em si e seguir em frente de cabeça erguida, tem que ser seus maiores fãs e acreditar em si mesmos. E os espectadores, que possam me mandar energias positivas e podem ter certeza que no sábado estarei ali bem preparado em cima do octógono para trazer essa felicidade para eles.