eSports: jovens paraenses cobiçam carreira como atletas de esportes eletrônicos; vídeo

Modalidade contemporânea é disputada dentro de um ambiente virtual e não requer esforço físico, mas exige inteligência, raciocínio rápido e coordenação motora

Dinei Souza
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É natural ao ouvir a palavra esportes e imaginar perfis musculosos realizando algum tipo de esforço físico, como correr, pedalar, saltar ou nadar. Porém, existe uma modalidade em que o mais importante não é o porte atlético: são os chamados Esports, E-sports ou eSports, uma abreviação para Eletronic Sports – ou, em bom português, esportes eletrônicos. Nessa nova categoria geralmente são utilizadas a inteligência, o raciocínio e coordenação motora.

A partir de 2020 os esportes eletrônicos passaram a ganhar ainda mais popularidade. O principal exemplo disso foi a criação do Campeonato Paraense de Free Fire ou Parazão Free Fire. “A ideia era reunir os melhores times do estado do Pará e criar a Elite do Free Fire Paraense, onde os dois melhores ganhariam vaga no Brasileirão Free Fire e nos representariam nacionalmente”, conta Marcos Wyllian, organizador do evento.

Os esportes eletrônicos já são uma febre mundial entre crianças e jovens e movem milhões de dólares em patrocínios e premiações. Na prática, são competições profissionais ou amadoras de jogos virtuais, que contam com transmissões ao vivo pela internet, grandes audiências e podem ser disputadas nos formatos mobile, console ou PC.

O Free Fire é um jogo para smartphone de ação-aventura do gênero battle royale (batalha real), que pode ser jogado eventualmente entre amigos e tem como objetivo sobreviver entre dezenas de jogadores ativos no mesmo mapa (zona do jogo).

Atualmente, estão na elite do Parazão Mobile 18 times e mais seis times subirão da 2ª divisão. O Campeonato Paraense de Free Fire aceita apenas organizações de eSports 100% paraenses, sendo permitido, na elite, somente jogadores que moram ou joguem no estado do Pará.

Primeiros passos

A paixão pelos jogos eletrônicos começou cedo para Erik Lopes Abud, 18 anos, conhecido pelo nickname de “ADY ABUD”, até que surgiu o interesse pelo Free Fire. “Eu comecei a jogar em 2017, bem no ‘comecinho’ do jogo. Fui jogando e passando por várias organizações até chegar na ADY E-SPORTS, e agora ‘tô amassando’!”, revelou usando um jargão muito comum no meio e popularizado pelo influenciador e streamer Casimiro, que significa um desempenho muito bom.

Abud divide os treinos diários com os estudos e afazeres de casa e tem, desde o início, o apoio da mãe. Ele conta que passou a acreditar em seguir carreira nos jogos eletrônicos logo que ganhou o primeiro torneio. “Meu sonho é chegar no alto nível do Free Fire Brasileiro, disputar a Liga Brasileira de Free Fire e representar o Pará”, confessou.

image Erik "ADY ABUD" mostra como se joga Free Fire (Thiago Gomes/O Liberal)

As meninas também têm representatividade na modalidade. Entre várias, figura Marcely Pinheiro de Moura, 17 anos, a “RAINHA7”. Ela é a atual campeã do Parazão Feminino e acumula três anos de experiência. “Eu conheci o jogo em 2019, minha irmã jogava e eu acompanhava. Depois eu entrei e ela parou. Hoje estou bem avançada no jogo”, contou.

A “RAINHA7” comenta sobre o preconceito no início de sua participação, da superação e do sonho em ajudar a abrir portas para outras mulheres. “É uma coisa que a gente precisa enfrentar, principalmente no cenário feminino. Superar os obstáculos no caminho e seguir em frente. Meu sonho é conseguir mais visibilidade para as meninas nessa caminhada. Temos muito potencial”, aponta a campeã.

Contra o desejo dos pais

Outro fanático pelos jogos eletrônicos é Luís Henrique Farias, 19 anos, conhecido como “VEMKFI”. Em 2017, ele “baixou” o Free Fire no celular e há dois anos passou a participar das competições. “Comecei a pensar que poderia seguir esse rumo do gamer e decidi seguir na carreira”, conta.

Mas nem tudo são flores. “VEMKFI” reforça que este não é sonho que os pais projetaram para ele, que segue firme com o propósito. “Os pais olham e não querem isso para o filho, querem que seja um médico, um professor. Deixei de lado a opinião deles e sigo meu sonho”, contou.

image Luis Henrique,  “ VemkFi”, diz seguir firme no objetivo mesmo contra o desejo dos pais (Thiago Gomes/O Liberal)

Luís conta que tem rotina exaustiva de treinos diários e sonha viver dos jogos eletrônicos como um streamer - pessoa que transmite algum tipo de conteúdo para o grande público dentro de determinadas plataformas (Youtube e Twitch, por exemplo), geralmente ao vivo, além de produzir conteúdo para eSports.

O campeonato paraense de Free Fire está previsto para ser disputado este ano no primeiro e no segundo semestres, mas a organização ainda busca espaços adequados e patrocínios para alavancar mais a modalidade no estado.

Os 18 times do Parazão Free Fire são:

Belém:

- ADY E-SPORTS

- REMO

- 69 E-SPORTS

- LOS PRIMOS

- IRMANDADE

- LOFT GAMING

- REDBLUE

- GIGANTES DO NORTE

- QUINTINO

Viseu:

 - VISEU GAMING

Abaetetuba:

- AMAZON

- ABAETÉ

Marabá:

- ÁGUIA DE MARABÁ

Cametá:

- CAMETÁ ESPORTS

Castanhal:

- CASTANHAL E-SPORTS

Santarém:

 - UNDERWORLD

Além das categorias Feminina e Emulador.

Recomendações mínimas para celular (mobile)

Sistema Android:

  • Versão: 4.0.3 ou superior
  • CPU: Intel Quad Core
  • Memória RAM: 1 GB
  • Armazenamento: 600 MB
  • Sistema iOS
  • Versão: iOS 8.0 ou posterior
  • CPU: Todos
  • Memória RAM: 1 GB
  • Armazenamento: 600 MB

Recomendações mínimas para computador (PC):

  • Sistema Operacional: Windows 7/8/10 (32 e 64bit).
  • CPU: qualquer processador Dual-Core com pelo menos 2 GHz de frequência.
  • Memória RAM: 2 GB ou mais.
  • Placa de vídeo: Intel HD Graphics 3000 ou superior, compatível com DirectX 11.
  • Armazenamento: no mínimo 4 GB.
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