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Entrada de Belém na rota do pré-olímpico de basquete movimenta o esporte e reacende sonhos

O último torneio de basquete semelhante a este foi a Copa América de basquete masculina sub-16, em 2019

Luiz Guilherme Ramos

Belém foi oficialmente designada como a sede de um dos quatro pré-olímpicos de basquete feminino que acontecerão no Brasil no primeiro semestre de 2024. O anúncio foi feito pelo governador do estado gerou grande satisfação, dada a grandiosidade do evento a ser disputado na capital paraense. O torneio de relevância global tem repercutido positivamente, sobretudo na esfera de quem vive o esporte.


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"Fica um misto de fé na renovação, visibilidade ao esporte, construção de novos ídolos, palpáveis, reais. Vivemos uma sociedade doente no pós-pandemia, a expectativa era que cuidássemos mais de nossa saúde, mas ficamos mais retraídos, com doenças socioemocionais e cheios de medos, ter a oportunidade de conviver com pessoas, ver pessoas e dialogar com os ídolos é certeza de sementes plantadas em terrenos férteis. Estou programando levar meus atletas de 7 aos 17 anos para assistir aos jogos e prestigiar torcendo pro Brasil", garante o treinador, que não se recorda de algo tão grandioso em termos de basquete na capital paraense. 

"O último evento que tivemos semelhante a esse foi a Copa América de basquete masculina sub 16, em 2019, antes disso só recebíamos amistosos da seleção brasileira feminina, época de Magic Paula, Hortência e Janete, os tradicionais Brasil e Cuba em preparação à mundiais e ou Olimpíadas", recorda. Apesar dos pesares, ele garante que o Pará é um estado agraciado com muitos talentos que se renovam a cada geração, mas que ainda precisam de muita atenção básica. 

Superação

"Mesmo com toda a dificuldade, o basquetebol no Pará sempre foi respeitado, sempre tivemos grandes técnicos e grandes atletas. Hoje temos a Glenda Cruz, do Marajó  jogando a LBF, recentemente a Lia Câmara, com 17 anos foi para Joinville, fora os atletas masculinos que jogam no eixo RJ e SP e o João Gluck mais recentemente na Espanha, dentre tantos outros. O que nos falta são times de expressão nacional no adulto. O que nos falta é esse olhar verdadeiro e comprometido com o esporte amador. Estamos às vésperas dos Jogos Escolares Brasileiros, em Brasília, evento para mais de 200 crianças de 12 a 14 anos, em diversas modalidades e sem certeza nenhuma de transporte. Olha a minha escola pública trabalho desde 2011 e não temos uma tabela fixa. Precisamos de pessoas com olhares  sensíveis à verdadeira necessidade do esporte amador", avalia. 

Se para o treinador a vinda de um torneio gera grande incentivo ao esporte, o que dizer das jovens atletas, que sonham com uma carreira grandiosa? Para a jovem Kamily Vitória, a realidade do basquete paraense pode se abrir ao mundo. "Além de influenciar as pessoas que já estão no esporte, muita gente nova vai aparecer, vai querer conhecer e se encantar como aconteceu comigo", conta a atleta que pratica o basquete desde os 12. 

Já a companheira de time, Ariele Portela, acredita que as mulheres são mais beneficiadas nesse aspecto. "Não temos muitos times femininos aqui em Belém. Isso dá mais visibilidade e eu fiquei muito feliz com essa notícia, que só tende a nos ajudar e a divulgar o esporte. Nas escolas e nos clubes não há muitos times femininos e falta muito incentivo, então será uma grande vitória para todas nós", conclui. 

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