Dia Mundial do Esporte Olímpico: atletas do Pará relatam falta de patrocínio e rotina de superação
Apesar das dificuldades, Marío Nunes, da ginástica, e Pietro Viana, do karatê, projetam um futuro melhor para o esporte no estado.
Foco, determinação e superação. Esses são alguns dos adjetivos que descrevem a trajetória de atleta de esportes olímpicos. Nesta quinta-feira (23), Dia Mundial do Esporte Olímpico, o Núcleo de Esportes de O Liberal conversou com alguns paraenses que são campeões de modalidades ditas "amadoras" e descobriu uma rotina de extrema dedicação. Apesar do esforço, os atletas têm uma queixa em comum: a falta de incentivo e patrocínio.
Quem fala dessa dificuldade é o ginasta Mário Nunes. Ao contrário de muitos atletas que ainda estão em busca de uma posição de destaque, Mário é a principal referência do esporte no estado. Ele é o atual vencedor do Troféu Romulo Mariona na categoria ginástica e, em novembro de 2021, foi vice-campeão Sul-Americano da modalidade.
Apesar do esforço que o atleta deve fazer para se manter no topo, Mário conta que a falta de incentivo é um agravante a mais na rotina de treinamentos. Ele conta que, no início da carreira, contou muito com o apoio dos pais para conseguir treinar.
"Hoje, por mais que eu tenha patrocínio e incentivos, foi muito difícil no início da minha carreira. Meus pais custearam muitas vezes as minhas saídas de Marituba para Belém, onde eu treinava. A gente vê que em outros estados do Brasil os atletas têm boas estruturas desde cedo. O esporte, de forma geral, é caro e muitos bons atletas desistem por falta de estrutura", disse.
Quem também reclama da falta de patrocínios no esporte olímpico é o karateca Pietro Viana. No último sábado (18), Pietro foi campeão brasileiro da modalidade, junto com outros nove atletas do Pará. Além do título nacional, os vencedores garantiram vaga para o Campeonato Mundial de Karatê, que ocorre na Argentina no final deste ano.
Apesar dos títulos, Pietro conta que trava uma verdadeira "guerra" em busca de patrocínio. Ele explica que toda a equipe tem dificuldades para conseguir dinheiro para treinamentos e viagens para competições.
"Não conseguimos patrocínio e, quando conseguimos, não é o suficiente. Temos, às vezes, passagem para disputar competições. Mas não temos estadia e alimentação. Então, ficamos muito endividados para participar de torneios. Fazemos rifas, bingos, mas pouca gente abraça a causa", disse.
Sobre o futuro das modalidades no estado, tanto Mário quanto Pietro afirmam que as projeções são boas. Apesar disso, o ginasta afirma que "quanto mais apoio aos atletas, mais desenvolvimento teremos a nível de alto rendimento". Enquanto isso, o karateca diz que vai "continuar na batalha, para conseguir fazer com que mais pessoas comecem a treinar".
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