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Compartilhar sonhos: conheça o projeto Peixinho Samurai

Em Acará, um professor com deficiência visual ensina judô gratuito e motiva colaboradores

Nilson Cortinhas

Um tatame, dentro de uma casa de madeira, com palafitas. À um cenário simples, agrega-se a vontade de um professor e a disposição de 50 crianças. É o projeto Social Peixinho Samurai, da Associação Desportiva do Município do Acará - entidade sem fins lucrativos. O trabalho engloba aulas de judô gratuitas. São crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, de famílias de ribeirinhos em situação de vulnerabilidade.

Uma dos alunos é Betuel Pereira da Silva, de apenas 10 anos. "Meu sonho é competir no estado e fora, para representar o Peixinho Samurai e ser alguém na vida", diz.

Por sustentar sonhos e considerando o todo o peso social, o projeto paraense será apresentado ao Unicef - Fundo das Nações Unidas para a Infância, cuja concepção é objetivo promover a defesa dos direitos das crianças e contribuir para o seu desenvolvimento, segundo foi informado os colaboradores. O município de Acará-PA está distante 114 quilômetros de Belém, cujo Índice de Desenvolvimento Humano é tido como um dos mais baixos do estado. O esporte atua como indutor de habilidades psicomotoras e de interação social, ensina a lidar com as limitações pessoais e desenvolve a segurança e a autoconfiança.

História

O idealizador é Melquisedeque Miranda do Nascimento, o Mequias. O judoca, faixa preta, é deficiente visual - perdeu a visão em função de um acidente de trânsito. Ele foi aposentado prematuramente por invalidez. Mequias transformou um cenário aparentemente difícil em oportunidade. Em meados de 2016, ele saiu de Belém, rumo a Acaré e improvisou um local para treinar. Aos poucos, resolveu iniciar aulas de judô no local.

"Chegou um momento em que precisava fazer algo por aquelas crianças", disse Mequias, sobre o projeto. "O objetivo é compartilhar oportunidades com quem não tem. A ideia é que crianças não oportunizadas tenham a oportunidade de conhecer o esporte e, quem sabe, ter uma profissão. Sonhamos, um dia, colocar um atleta na seleção brasileira. Sonhar não custa nada. Todos precisamos lutar por objetivos", recomenda Mequias.

Há vários colaboradores que atuam para alavancar o projeto. Um deles é o advogado Fábio Rocha, que reside em Belém. "O Mequias é um Instrumento de inspiração para as crianças. Ele nunca cobrou nada para ensinar, tirando-os de uma situação de vulnerabilidade social. E ainda cobra frequência e bom desempenho escolar", falou.

A mobilização de colaboradores, com participantes do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Goiás, Ceará e até pessoas do Canadá, resultou em melhorias como a própria aquisição do tatame e a construção de um barco novo, equipado com coletes para atender as crianças do projeto. Mequias busca as crianças em casa e faz o transporte diariamente em dois turnos. No entanto, ainda há carência relacionada a material esportivo, instalação elétrica e hidro sanitária.

A colaboradora Rosane Cavalcante ressaltou que a ideia é que o projeto esteja em constante evolução. "O Mequias quer ajudar mais, e isso é uma prioridade e é um sonho". "Com o dinheiro destinado para o barco, não conseguimos equipar o local do treino e gostaríamos muito de melhorar a alimentação", explicou a colaboradora Mágui Larsen Ciorlia, de São José-SP, solicitando mais ajudas. "Assisti um treino, andei no barco que leva e traz as crianças e pude comprovar o trabalho maravilhoso que o Mequias faz", elogiou Aurea Yamaniski, que mora em São Paulo.

Futuro

A ideia do projeto é. a médio prazo, atender 100 crianças. "Para isso, queremos a construção do espaço, com uma estrutura mais adequada". Quem quiser ajudar, acione Fábio pelo telefone 98430-1750.

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