Campeã Mundial de Jiu-jitsu, jovem atleta vende balinhas em bares de Ananindeua para lutar Mundial
Jovem Ana Sophia Peniche vence balinhas para custear passagem, hospedagem e alimentação no Mundial de Jiu-jitsu que será em setembro, na cidade de Fortaleza (CE)
A falta de patrocínio é uma das principais dificuldades no início de carreira de um atleta. Para a jovem Ana Sophia Peniche, de 16 anos, a batalha é diária. Além dos treinos de jiu-jitsu com o pai, Sophia estuda e cursa o segundo ano do ensino médio, porém, ela trava uma batalha com a falta de apoio e tenta arrumar dinheiro para custear uma viagem para competir no Mundial de Jiu-jitsu, em Fortaleza (CE), no mês de setembro. Para tentar levantar uma grana, Sophia vende balas nos bares de Ananindeua.
De quimono, faixa e medalhas no peito, Sophia anda com a mãe, a cantora Carmem Peniche, pelos bares de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, vendendo balinhas e tentando arrumar o valor de R$ 4 mil, que custearia as passagens, a hospedagem, alimentação e também a locomoção durante a competição. Sophia é bicampeã mundial de jiu-jitsu e está entre as melhores do Pará na categoria pesadíssimo juvenil faixa azul.
Em conversa com a equipe de O Liberal, a atleta, que treina na academia Calrson Gracie, falou da importância do esporte e como jiu-jitsu entrou na sua vida.
“O jiu-jitsu foi uma brincadeira que se tornou algo sério. Comecei no jiu-jitsu aos três anos com o meu pai, que já praticava o esporte. Eu era uma criança bem agitada e minha mãe tinha o meu irmão recém-nascido para cuidar, então ia com o meu pai aos treinos, ficava brincando no tatame, fui me adaptando, meses depois, ainda com anos de idade, comecei a competir”, contou.
Ana Sophia possui diversos títulos, incluindo o Mundial em Fortaleza (CE). Foi oito vezes campeã paraenses, além de campeonatos municipais e também o Campeonato Amapaense, já que Sophia nasceu em Macapá (AP), mas vive em Ananindeua desde os oito anos.
A jovem atleta falou das dificuldades em arrumar patrocínios, do esforço dos pais, que são mestre e inspiração, na luta para se manter no esporte e competir em alto nível.
“Meu pai, Daimon Silva, o ‘Castello’, me incentiva todos os dias. Minha mãe me ajuda e sempre está comigo. Eles fazem essa situação ser menos desgastante. Andar por aí, ter coragem de vender, de ser algo justo, honesto, me motiva. Chego a tirar em torno de R$40 a R$60 por noite, mas não faço isso todos os dias. Acredito que vamos conseguir o valor, já fomos atrás de patrocínio, mas recebemos inúmeras negativas. Sinto que eles não são estimulados a acreditar no esporte. Minha mãe envia propostas para empresas e geralmente recebemos aquele ‘não’ para apoio”, finalizou.
Para ajudar a jovem Ana Sophia Peniche a custear passagem alimentação, hospedagem e transporte para o Mundial de Jiu-jitsu, basta enviar um PIX para a chave: (91) 98305-9696 Banco Inter – Ana Sophia Peniche de Araújo.
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