Atleta ugandesa Rebecca Cheptegei morre após ser queimada pelo ex-namorado O homem invadiu a casa em que a atleta vivia com as filhas e ateou fogo no corpo da vítima Hillary ORINDE e Tanya WILLMER / AFP 05.09.24 9h36 Atleta estava internada com 80% do corpo queimado (Reprodução / Facebook) A maratonista ugandesa Rebecca Cheptegei faleceu nesta quinta-feira (5), quatro dias após ter sido queimada em casa por seu ex-namorado. O novo caso de feminicídio no mundo do atletismo do Quênia provocou uma onda de indignação. A atleta de 33 anos, que disputou a maratona nos Jogos Olímpicos de Paris em agosto (terminou na 44ª posição), "morreu por volta das 5h30" do horário local, anunciou Kimani Mbugua, médico que dirige a UTI do Moi Teaching and Referral Hospital (MTRH) na cidade de Eldoret. VEJA MAIS Ex-atleta olímpica é encontrada morta em apartamento em Las Vegas A ex-atleta participou dos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992, Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Londres 2012. Luisa Giampaoli, atleta de alto rendimento, morre aos 29 anos A atleta estava internada há cerca de uma semana em um Hospital Universitário no Rio Grande do Sul "Os ferimentos... cobriam a maior parte de seu corpo. Isso levou à falência de múltiplos órgãos. Fizemos o nosso melhor, mas não tivemos sucesso", disse. "Considerando a idade e as queimaduras em mais de 80% do corpo que ela sofreu, a esperança de recuperação era pequena", acrescentou Segundo um boletim policial consultado pela AFP, o suspeito, identificado como Dickson Ndiema Marangach, invadiu no domingo (1) a propriedade de Rebecca Cheptegei, quando ela estava na igreja com as filhas. A atleta vivia com sua irmã e as duas filhas em uma casa construída na localidade de Endebess, a 25 quilômetros da fronteira com Uganda, informou seu pai, Joseph Cheptegei. Quando retornaram da igreja, o suspeito jogou gasolina no corpo da atleta e ateou fogo na frente das filhas, de 9 e 11 anos, segundo o jornal The Standard. O boletim policial apresenta Rebecca Cheptegei e Dickson Ndiema Marangach como "um casal que constantemente tinha discussões familiares". - Condenação unânime - A organização dos Jogos Olímpicos de Paris, os dirigentes do atletismo e ativistas dos direitos das mulheres condenaram o assassinato. Os organizadores dos Jogos de Paris expressaram "imensa tristeza e profunda indignação com a trágica morte de Rebecca Cheptegei, uma grande atleta de quem tivemos muito orgulho e que contribuiu para o sucesso dos Jogos de Paris". "Este crime atroz nos recorda a realidade alarmante da violência contra as mulheres. Expressamos toda a nossa solidariedade à família, aos entes queridos de Rebecca Cheptegei e ao Comitê Olímpico Nacional de Uganda. O presidente do Comitê Olímpico de Uganda, Donald Rukare, denunciou em uma mensagem na rede X "um ato covarde e sem sentido que provocou a perda de uma grande atleta". “Condenamos de modo veemente a violência contra as mulheres", afirmou. A confederação de atletismo do Quênia, a 'Athletics Kenya', afirmou que "a morte prematura e trágica é uma perda profunda" e exigiu "o fim da violência de gênero". Casos similares nos últimos anos Njeri Migwi, cofundadora da associação Usikimye (“Não fique calado” em suaíli), um refúgio para vítimas de violência sexual e de gênero, pediu o "fim dos feminicídios". A atleta romena de origem queniana Joan Chelimo disse estar "profundamente abalada e indignada" com a morte de Rebecca. "Esta violência sem sentido deve parar", afirmou no Instagram Segundo o pai de Rebecca Cheptegei, o ataque contra a filha começou por uma disputa sobre um terreno que havia comprado. "Foi o terreno que comprou que causou os problemas", disse Joseph Cheptegei, antes de pedir ao governo que "cuide da sua propriedade e de seus filhos". Nos últimos anos, o atletismo no Quênia foi marcado por casos semelhantes. Em abril de 2022, a atleta nascida no Quênia Damaris Mutua foi encontrada morta em Iten, um polo mundialmente conhecido no mundo do atletismo que fica no Vale do Rift. Suspeita-se que seu companheiro a tenha matado. Em outubro de 2021, a atleta queniana Agnes Tirop, de 25 anos, medalhista de bronze nos 10.000 metros nos Mundiais de 2017 e 2019 e quarta colocada nos 5.000 metros nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, morreu depois de ter sido esfaqueada em sua casa em Iten. Seu marido Emmanuel Ibrahim Rotich está sendo processado pelo assassinato, mas nega as acusações. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave esportes mais esportes feminicídio rebecca cheptegei COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Mais Esportes . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. 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