Após passagem pelo UFC, paraense Antonio Arroyo faz carreira no Karate Combat
Lutador não conseguiu vencer no Ultimate e deixou a organização em 2021 e agora trilha novos caminhos em novo evento
O paraense Antonio Arroyo vive um bom momento na carreira. Afastado do MMA, o lutador disputou o cinturão da categoria peso-pesado do Karate Combat em março, na cidade de Cancún, no México, contra Sam Alvey, atual campeão. Mas, o duelo acabou sem resultado por conta de uma cabeçada involuntária de Arroyo.
Em entrevista para o Núcleo de Esporte de OLiberal.com, o atleta falou sobre a nova fase profissional, a passagem pelo UFC e expectativas para o futuro.
"Estou em um momento bom na carreira. Estou bem no Karate Combat, venho de duas vitórias por nocautes e a última luta foi uma disputa de cinturão, mas terminou sem resultado por conta de uma cabeçada involuntária. E quando isso acontece, o campeão continua com o cinturão", contou Arroyo, que projeta uma nova disputa contra Alvey que, assim como ele, é ex-atleta do UFC.
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"A gente vai marcar uma revanche, vou lutar contra o Sam Alvey de novo, ainda não tenho uma data certa. Existe uma expectativa aqui em julho de que role a luta, nos Estados Unidos", revelou o paraense.
Mesmo com o resultado não sendo o esperado, Arroyo destacou que o combate foi bom e que se sentiu confortável na luta. Em vários momentos, o paraense conseguiu neutralizar e ser melhor que Sam Alvey.
"Eu me senti bem na luta. Senti que foi um momento em que ele deu sorte porque, se não fosse aquela cabeçada, ele teria perdido o cinturão, a luta ia acabar a meu favor. Ele já estava bastante machucado quando aconteceu o lance da cabeçada", analisou o lutador.
Passagem pelo UFC
Antonio fez boa parte de sua carreira no MMA. Em 2019, o paraense conquistou o tão sonhado contrato com UFC, após duas tentativas no Contender Series, reality do presidente da organização, Dana White. Contudo, quando chegou lá, a história foi diferente do que ele sonhava.
No Ultimate, o lutador de Belém enfrentou adversários duríssimos e não emplacou uma vitória. No UFC, Arroyo lutou contra o sergipano Andrez Muniz, os estadunidenses Deron Winn e Joaquin Buckley.
"Apesar de ter vivido um momento excelente antes do UFC, eu vinha de cinco vitórias, com nocautes e finalizações, vinha em um momento bom e infelizmente depois que entrei no UFC, as coisas começaram a dar errado. Não sei te explicar, até hoje é difícil pontuar, mas o esforço, a dedicação sempre foram as mesmas. O esporte é isso. O esporte é imprevisível, nem sempre o melhor vence e é por isso que é tão excitante de assistir, tão envolvente", comentou o paraense.
Ainda na entrevista, Arroyo refletiu sobre o atual momento da popularidade da modalidade aqui no país. O atleta afirmou que o MMA não está na melhor fase no Brasil, especialmente em comparação à época em que tinha campeões como Lyoto Machida, Mauricio Shogun, José Aldo - que retornou da aposentadoria.
"Eu acho que, devido ao sumiço dos grandes nomes brasileiros, agora o MMA no Brasil está meio que esquecido. Saiu do 'hype', não está mais sendo tão falado. E o bom e o lado bom disso é que abre oportunidade para novos eventos tentarem e acabarem um pouco com esse monopólio do UFC", apontou.
Segundo ele, hoje há muitos eventos bons ao redor do mundo, como PFL, Bellator e organizações no leste europeu, como o Russian Cagefighting Championship, onde o paraense teve uma experiência.
"Todos os atletas querem o UFC, porque é o evento que paga melhor, mais organizado, mas surgem ao redor do mundo outros que pagam tão bem quanto. Por exemplo, esse na Rússia que lutei foi excelente, me pagou até melhor. Existem outros que dão a oportunidade para os atletas que querem lutar. E eu torço muito para que isso continue acontecendo para popularizar, para existirem mais eventos porque é difícil para nós atletas ficarmos reféns de uma única organização. Agora, como estão surgindo outros, a gente tem opção de escolher, o que é excelente", afirmou.
Transição para Karate Combat
Desde 2018, o Karate Combat tem crescido bastante na promoção de eventos focados na luta em pé, que misturam o tradicional caratê com outras modalidades, possibilitando duelos de full contact, que permitem nocautes.
Na organização, Arroyo se encontrou. Venceu as duas primeiras lutas, contra Cody Jerabek e Reynaldo Acevedo por nocaute e conseguiu uma disputa de cinturão. Sair do MMA não foi tão difícil e agora, o foco é em crescer no evento.
"Eu vi o Karate Combat mais como uma oportunidade de mostrar mais o meu jogo que é a luta em pé, a trocação, o karatê, muay thai, o box que são as artes que eu mais tenho hoje em dia, o jiu-jitsu, ainda treino por pensar em uma eventual volta para o MMA no futuro e porque eu gosto também", comentou Arroyo que destacou que há expectativas em retornar para as artes marciais mistas.
"Ainda não tenho expectativa de voltar ao MMA, por enquanto. Pretendo fazer minha carreira no Karate Combat e tentar atrair novos atletas de outras organizações para tentar fazer superluta e tentar chamar o público de alguma forma e aumentar a visibilidade da organização", concluiu o paraense.
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