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Leila x Textor, processo e acusação de manipulação: entenda rivalidade de Palmeiras e Botafogo

Uniformizadas de ambos os clubes alimentam uma rivalidade desde os tempos em que as equipes disputaram juntos a Série B, em 2003

Estadão Conteúdo / Rodrigo Sampaio

Palmeiras e Botafogo serão adversários nas oitavas de final da Copa Libertadores. O confronto foi definido no sorteio do mata-mata da competição continental, realizado nesta segunda-feira. Único duelo entre brasileiros, a partida tem ares de revanche. Isso porque a rivalidade entre os clubes ganhou contornos extracampo após os cariocas perderem o Brasileirão do ano passado para os paulistas. Desde então, denúncias de manipulação, trocas de farpas e processos na Justiça marcaram a relação entre dirigentes.

"Grande técnico, grandes jogadores... Um grande adversário... É uma revanche. Vamos jogar!", escreveu John Textor, acionista majoritário do Botafogo, em sua conta oficial no Instagram, após o anúncio do cruzamento.

Uniformizadas de ambos os clubes alimentam uma rivalidade desde os tempos em que as equipes disputaram juntos a Série B, em 2003.  Apesar disso, as diretorias sempre mantiveram relação amistosa, especialmente após Anderson Barros, ex-diretor de futebol do Botafogo, ir exercer a função no Palmeiras. Vinte anos depois de comemorarem juntos o acesso à primeira divisão, paulistas e cariocas protagonizaram a disputa pelo título da Série A.

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Os laços, ainda que não estreitos, foram completamente desfeitos na reta final da temporada. Depois de colocar como grande favorito para vencer o Brasileirão, o Botafogo desidratou após seguidas trocas de treinador, perdeu a gordura de 13 pontos do segundo colocado e viu o Palmeiras encostar. Em confronto direto entre as equipes no Rio, a equipe alviverde foi para o intervalo perdendo por 3 a 0 e conseguiu uma virada épica, vencendo por 4 a 3, com direito a show de Endrick.

Naquela partida, o Botafogo reclamou bastante de um cartão vermelho direto ao zagueiro Adryelson, quando a partida estava 3 a 1. Os cariocas ainda tiveram um pênalti desperdiçado por Tiquinho Soares antes da reviravolta histórica. Ao fim da partida, o americano John Textor reclamou da arbitragem e afirmou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) era uma entidade corrupta. O presidente Ednaldo Rodrigues entrou com um processo contra o acionista alvinegro.

Neste ano, Textor veio à público afirmar que a existe manipulação de resultados no futebol brasileiro, afirmando que o Palmeiras era beneficiado há pelo menos duas temporadas. As alegações do acionista botafoguense são baseadas em relatórios da empresa francesa Good Game!, empresa francesa especializada em checar e analisar lances de arbitragem, como cartões vermelhos, impedimentos e gols anulados, por meio de um sistema de inteligência artificial.

A denúncia motivou o Palmeiras a entrar com uma ação na Justiça do Rio contra Textor, exigindo a apresentação de provas concretas de manipulação. Leila Pereira, presidente do clube paulista, disse considerar as alegações "uma vergonha". "Esse senhor, com o perdão da expressão, é um idiota. O que esse John Textor está achando é que o Brasil é uma bagunça e que as autoridades não tomam providência nenhuma. Para se coibir isso, acho que esse homem tem que ser banido do futebol brasileiro", disse Leila, em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura.

Por causa da declaração, Textor entra com ação contra Leila Pereira no Tribunal de Justiça de São Paulo, alegando "injúria e difamação". Leila Pereira, assim como membros da CBF, também estão programados para depor na CPI da Manipulação de Resultados, aberta no Senado Federal.

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