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João Fonseca inspira nova geração no tênis brasileiro e projeto social busca formar novos atletas

Fase do brasileiro tem impulsionado a procura pelo tênis

Aila Beatriz Inete

O Brasil vive um novo grande momento no tênis. Depois de Gustavo Kuerten, o Guga, nas décadas de 1990 e 2000, e Bia Haddad recentemente, João Fonseca trouxe um novo gás para a modalidade no país. Considerado um fenômeno, o brasileiro conquistou o seu primeiro título de nível ATP em fevereiro, na Argentina, e reacendeu a chama pelo tênis no país.

E aqui no Pará, não é diferente. O professor de tênis e treinador, com mais de 20 anos de experiência, Mauro Rodrigues, destacou que a ascensão do jovem tenista tem atraído muitos praticantes para as quadras.

"Com o João [Fonseca] no tênis, não só motivou as crianças, como também incentivou todas as idades no tênis, de cinco a 80 anos. Ele conseguiu alavancar o tênis como no tempo do Guga, em que todo mundo vinha para a quadra jogar", revelou o treinador.

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"O tênis ajudou muito a nossa vida. Já formei campeões paraenses, brasileiros. Então, [com o projeto], estamos retribuindo o que o tênis tem nos dado", afirmou.

Por meio da Secretaria de Esportes e Lazer do Estado (Seel), Mauro conseguiu manter as aulas fixas no Mangueirão. No local, três quadras de tênis foram pintadas para viabilizar as aulas, permitindo que as crianças se divirtam e sonhem com um futuro promissor. Segundo o treinador, ultimamente a procura pelas aulas tem sido grande.

"Há uma procura muito grande. Muitas vezes, não conseguimos nem atender devido à falta de espaço adequado. Por exemplo, nem todo mundo pode ir ao Mangueirão treinar, mas já ajudou muito, porque conseguimos desenvolver um trabalho legal", destacou Mauro.

Cerca de 60 crianças e adolescentes têm aulas por meio do projeto. No Mangueirão, são oferecidas duas turmas, às terças e quinta-feiras. Cássio Andrade, secretário da Seel, destacou a importância de apoiar a iniciativa para a formação de atletas na modalidade e disse que o objetivo é fortalecer ainda mais a ação. 

“Almejamos fomentar cada vez mais, atender mais crianças e adolescentes, porque o esporte, é um meio de inclusão social e bem-estar”, disse Cássio Andrade.

Um dos participantes é Emerson Araújo, de 12 anos. Tímido, mas com uma direita firme, o jovem contou que foi estimulado pelos amigos, que conheceram o projeto antes dele. Agora, o garoto espera poder seguir no esporte.

"Os meus amigos me chamaram para jogar e foi divertido. Eu já conhecia [o tênis] pela TV. O Mauro sempre me incentiva a não desistir do tênis, a minha mãe também. Quando eu joguei pela primeira vez, fiquei alegre, depois fui aprendendo. [Quero seguir jogando] para sempre", disse Emerson.

image Emerson Araújo, 12 anos, aluno do projeto (Ivan Duarte / OLiberal)

Além do viés esportivo, o projeto também é de cunho social. Ao longo do ano, são realizadas ações em bairros, com oficinas de tênis e aulas de reforço.

O projeto age com uma forma de inclusão, já que a modalidade é um esporte caro e não é acessível para todos. Por isso, o objetivo é conseguir um espaço fixo e maior para o projeto, para que assim novos atletas possam surgir, assim como João Fonseca.

"Tem muita criança jogando tênis, não só criança. Mas estão faltando mais torneios, mais apoio para aqueles que realmente precisam. Tem muita gente que tem condições de comprar os materiais [de treino], mas tem outros que não e têm talentos", concluiu Mauro Rodrigues. 

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