Indiciado pela PF, Bruno Henrique nega manipulação e questiona atuação de árbitro

Jogador do Flamengo afirmou ao STJD que não agiu de forma dolosa e levantou suspeitas sobre juiz que aplicou cartão no Brasileirão 2023

Hannah Franco | Especial em O Liberal
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O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, negou qualquer envolvimento intencional em manipulação de resultados em partidas do Campeonato Brasileiro de 2023. Indiciado pela Polícia Federal na última terça-feira (15) por suposto envolvimento em esquema de apostas esportivas, o jogador afirmou ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que não agiu com dolo ao receber cartão amarelo em uma partida contra o Santos.

“Sua conduta não apresenta qualquer elemento que denote uma ação dolosa”, afirmou a defesa do atleta, conduzida pelo escritório Asseff Advogados. Os representantes de Bruno Henrique ainda levantaram dúvidas sobre a atuação do árbitro Rafael Klein, responsável por aplicar o cartão amarelo na ocasião. "O árbitro também está sendo investigado ou apenas o atleta?."

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Nas redes sociais, o atleta confirmou sua presença no jogo.

"As decisões acerca da aplicação de cartões ficam concentradas na figura do árbitro. Assim, se os únicos elementos que atestam a existência de irregularidades consistem no elevado volume de apostas, por que todas as suspeitas repousam exclusivamente sobre o atleta, que, como demonstrado, não praticou qualquer jogada que justificasse a aplicação do cartão amarelo?", questionaram os advogados, sugerindo que o juiz também deveria ser alvo de apuração.

O caso chegou a ser analisado pelo STJD em setembro de 2024, mas foi arquivado. "A Procuradoria considerou que o alerta não apontou nenhum indício de proveito econômico do atleta, uma vez que os eventuais lucros das apostas reportados no alerta seriam ínfimos, quando comparados ao salário mensal do jogador", destacou o órgão em nota divulgada à época.

Apesar disso, Bruno Henrique foi um dos dez nomes indiciados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro em nova etapa da operação que apura a manipulação de apostas no futebol brasileiro.

O que aconteceu

O jogador foi indiciado com base no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata da manipulação de resultados esportivos. A pena prevista varia de dois a seis anos de reclusão. Ambos também responderão por estelionato, crime cuja pena pode chegar a cinco anos. Os demais envolvidos também foram indiciados por estelionato.

As investigações apontam trocas de mensagens entre Bruno Henrique e Wander que indicam a possível combinação do ato. Em uma delas, Wander questiona: “Quando você vai tomar o terceiro amarelo?” — ao que o jogador responde: “Contra o Santos”.

A informação foi revelada inicialmente pelo site Metrópoles. O relatório final da Polícia Federal será agora encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal, que analisará os autos e decidirá se irá apresentar denúncia formal à Justiça.

Relembre o caso

As investigações começaram em agosto de 2023, após casas de apostas identificarem movimentações atípicas envolvendo o cartão amarelo recebido por Bruno Henrique naquela partida, realizada em Brasília. Três plataformas diferentes emitiram alertas. Em uma delas, 98% das apostas relacionadas a cartões foram direcionadas exclusivamente ao atacante. Em outra, esse número chegou a 95%.

Confira o lance que causou a expulsão de Bruno Henrique:

Até então, Bruno Henrique havia recebido cinco cartões amarelos em 22 jogos no campeonato. Contra o Santos, entrou em campo pendurado e foi advertido nos acréscimos do segundo tempo, após cometer falta em Soteldo. Na sequência, reclamou com o árbitro Rafael Klein e acabou expulso. O Flamengo perdia por 2 a 1 no momento da expulsão. Apesar da investigação em curso, o Flamengo optou por manter o atleta na equipe. Dias depois da conquista da Copa do Brasil de 2023, Bruno Henrique se pronunciou publicamente sobre o caso.

“Minha vida e a minha trajetória, desde que comecei a jogar futebol, nunca foram fáceis. Mas Deus sempre esteve comigo. Estou tranquilo em relação a isso, junto com meus advogados, empresários e pessoas que estão nessa batalha comigo. Peço que a justiça seja feita”, declarou.

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