Em até duas semanas o retorno do público aos estádios na capital paraense pode ser autorizado. A informação é do Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, em entrevista exclusiva para o OLiberal.com. Ou seja, Remo e Paysandu poderiam contar com a torcida nos jogos realizados, respectivamente, no Baenão e Curuzu pelas Séries B e C.

Para que isso ocorra, explica Edmilson Rodrigues, é preciso que alguns índices da pandemia do novo coronavírus sejam mais baixos ou até zerados do que estão hoje.

“Não posso te dar uma data. Mas o debate está sendo feito. E é possível dentro de uma semana nos anunciemos o retorno. Eu espero que seja em breve. Se mais uma semana se consolida os dados menos de 5% de ocupação dos leitos, uma morte por semana ou até zerar isso, temos condição de decidir a liberação. Quem sabe dentro de uma ou duas semanas, ou até mais, pode ter uma decisão”, explicou.

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O prefeito de Belém acrescentou que na manhã desta terça-feira chegou a se reunir com a equipe técnica para tratar o assunto.

“Hoje [manhã de terça-feira, 17] cedo reuni com a equipe técnica e a nossa equipe da secretaria [de saúde] acha que é preciso ter cautela. Mas está aberta debater e estabelecer com os clubes quais seriam as formas de controle. Por que possível liberar para um número que permita o distanciamento entre os torcedores? Como se garante isso? Porque estamos com cepa nova. Essa preocupação que está sendo debatida para ver como fazer. Porque nós temos que, em algum momento, retomar.”

Variante delta

Segundo Edmilson Rodrigues, o que tem segurado a liberação de torcida nos estádios é a variante delta da covid-19 e suas implicações.

“O que tem de bom e ruim? Ruim é a nova cepa. Já chegou ao Pará. Mas não conseguiu aqui fazer o estrago que está fazendo no Rio de Janeiro, por exemplo. O bom é o controle hoje com índices baixos de contaminação e internação. Estamos com 4 a 5% no máximo de UTIs ocupadas. E mais ou menos isso também em termos de leitos clínicos em geral. Isso é muito pouco porque agora a gente fala desse percentual mesmo não tendo mais leitos contratados. Como a gente fez durante o período do segundo pico da covid-19. Hoje, com o número menor de leitos temos o percentual baixo em relação a crise vivida antes. O que dá tranquilidade para pensar na volta do público aos estádio. Mas como surgiu a nova cepa abriu-se o debate”, comentou.

União 

O Prefeito de Belém ainda revela que há um alinhamento entre o município e o governo do Pará para a liberação do público, até para evitar qualquer crise entre os poderes, apesar da autonomia da cidade, e também para viabilizar e fiscalizar os jogos quando for liberado público. 

“Em breve nós sentaremos com a equipe do Governo do Estado porque há um decreto estadual. Os municípios têm autonomia para aceitar ou não, mas a gente prefere ter uma coisa conjunta. Ele vai autorizar abrir sem consultar a prefeitura? Criaria uma crise. Ou se o Estado diz que não abre e a prefeitura diz que abre como vai garantir isso? Fundamental, independente das diferenças que existem, o diálogo para que todos saiam ganhando e não haja crise. Até porque precisamos retomar a economia e o direito do cidadão de exercer seu amor. Torcer no estádio é parte da cidadania. Eu gosto de futebol e tenho direito de torcer. Mas quais são as condições, em meio a pandemia, para que não se propague mais a doença? Porque a terceira onda seria de uma tristeza muito grande”, reforçou Edmilson Rodrigues.

Agenda

Ainda sem público nos estádios, Remo e Paysandu seguem realizando os jogos pelo Campeonato Brasileiro.

Pela Série B, nesta terça-feira (17), às 19 horas, no Batistão, em Aracaju (SE), o Remo enfrenta o Confiança. A partida é válida pela 19ª rodada. Depois, o Leão retorna para Belém e enfrenta o CRB-AL, às 21 horas de sábado (21), no Baenão.

Pela Série C, o Paysandu enfrenta o Volta Redonda no domingo (22), às 18 horas, no Raulino de Oliveira, em jogo válido pela 13ª rodada.