Vítima de Daniel Alves se revolta com liberdade do ex-jogador: 'Sinto que voltaram a me estuprar'
Advogada revela reação da vítima sobre a concessão de liberdade concedida a Daniel Alves pela Justiça da Espanha
A decisão recente da Justiça Espanhola de conceder liberdade a Daniel Alves mediante o pagamento de fiança tem gerado polêmica e consternação. A advogada da vítima, Ester García López, compartilhou a devastação de sua cliente diante dessa reviravolta: "Nunca vi minha cliente tão abalada quanto ontem, desde o início deste caso", afirmou em entrevista ao portal Uol.
De acordo com informações divulgadas na última quarta-feira (20), Daniel Alves poderá aguardar o desfecho do recurso em liberdade desde que desembolse o montante de R$ 5,4 milhões (1 milhão de euros) à corte. Este foi o sexto pedido de liberdade submetido à justiça desde janeiro de 2023, sendo o único aceito pelo Tribunal da Catalunha.
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O impacto dessa decisão na vítima foi evidente no encontro com sua advogada. Segundo relatos de Ester à reportagem em uma conversa realizada nesta quinta-feira (21), a vítima se mostrou inconsolável: "Sinto que voltaram a me estuprar. Estou cansada de ser forte, não quero mais ser forte", teria desabafado.
Ester, que acumula 22 anos de experiência na advocacia, expressou perplexidade diante do desfecho: "Nunca vivenciei algo semelhante a essa decisão". Ela está preparando um recurso que será protocolado até a próxima segunda-feira (25), buscando reverter essa determinação.
A advogada enfatiza a sensação de que a justiça tem um preço, criticando a penalidade considerada injusta para o crime de estupro. "A sentença já era injusta, uma vez que nunca vi uma pena tão baixa para um estupro. Nós estamos lutando contra o poder", afirma.
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Com a possibilidade da liberdade do jogador, Ester teme pela saúde emocional de sua cliente, alertando que a exposição midiática pode reativar traumas: "Ela é revitimizada sempre que sai alguma notícia, e se ele for solto, essa revitimização não vai ter fim. Ela é muito forte. Creio que se fosse outra pessoa, não teria resistido a tudo isso".
Ester manifesta sua incompreensão quanto à decisão do tribunal, ressaltando que é composto pelas mesmas pessoas que o condenaram e negaram os pedidos anteriores de liberdade. "A única diferença de lá para cá é que, entre as negativas e o aceite, ele foi condenado. O risco de fuga persiste. É inexplicável em termos legais", conclui a advogada.
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