Vice do Flamengo que mordeu virilha de torcedor, Marcos Braz explica motivo da briga; confira
Segundo dirigente, ele e a filha foram ameaçados de morte em shopping.
O vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, concedeu uma entrevista coletiva no Ninho do Urubu nesta quinta-feira, abordando o incidente ocorrido no Rio de Janeiro na última terça-feira, quando se envolveu em uma discussão com o entregador Leandro Campos em um shopping da cidade.
Braz iniciou a coletiva com um pronunciamento detalhado, fornecendo uma cronologia dos eventos daquele dia. Segundo ele, durante cerca de 17 minutos, permaneceu inerte diante das ofensas proferidas no shopping. Entretanto, a situação tomou um rumo diferente quando ameaças foram direcionadas à sua filha de 14 anos. O vice-presidente alega que tomou a iniciativa de intervir após ouvir a frase "Foda-se a sua filha".
"Enquanto eu estava dentro da loja, vários indivíduos começaram a questionar e fazer acusações, sem que eu tivesse proferido palavra alguma", declarou Braz. "Quando minha filha chegou acompanhada por duas amigas, comentei aliviado que elas não estavam lá antes. Elas ficaram próximas à loja, à direita. Foi nesse momento que o incidente ocorreu. Ameaças começaram a ser proferidas, e eu me vi obrigado a agir, pois minha filha estava presente."
Braz relatou que a situação se agravou quando ouviu a última frase insultuosa, mencionada anteriormente, o que o levou a agir em resposta. Após o ocorrido, ele permaneceu dentro da loja, esperando pela chegada dos seguranças do shopping e da polícia, com o intuito de evitar tumultos nos corredores. Rapidamente, dezenas de curiosos se aglomeraram nas proximidades, aguardando que o dirigente deixasse o local, o que ocorreu após um período de aproximadamente uma hora. Braz, posteriormente, dirigiu-se à delegacia e ao Instituto Médico Legal para realizar um exame de corpo de delito.
"É importante destacar que, ao aceitar o cargo de vice-presidente do Flamengo, tendo crescido no ambiente da Gávea, estava ciente das pressões, questionamentos e situações políticas que envolvem esse cargo", afirmou Braz. "No entanto, não estava preparado para enfrentar uma ameaça à minha filha e a ela sendo alvo de ameaças verbais no momento. Peço desculpas pelo transtorno causado, não ao torcedor, mas aos meus colegas da diretoria e à torcida do Flamengo. Este incidente não foi algo pelo qual me preparei, mas, infelizmente, situações como essa podem levar a tragédias no futebol no futuro."
Marcos Braz, ao reforçar sua preparação para o cargo, fez uma alusão ao ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, lembrando o episódio em que Bandeira fez um gesto obsceno para um torcedor durante uma partida contra o Avaí em 2017.
"Não tenho vergonha de ser vítima. Peço que acreditem em mim. Sou sistematicamente alvo de xingamentos por parte de torcedores, e, diferentemente do ocorrido com Bandeira de Mello em 2017, nunca tomei atitudes agressivas em resposta."
Na sessão de perguntas e respostas, que se estendeu por 21 minutos, Marcos Braz assegurou que, em nenhum momento, considerou a possibilidade de renunciar ao seu cargo no Flamengo. Ele revelou ter entrado em contato imediatamente com o presidente Rodolfo Landim após o incidente na terça-feira.
"Isso foi um ato de covardia, mas não me ajoelharei diante disso. Não sou valente, mas não desistirei. Sou uma vítima dessa situação, e seguirei até o fim desta história, seja no Flamengo ou em qualquer outro cargo público que eu venha a assumir, como vereador ou deputado federal. Isso não terá fim", concluiu Braz.
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