Último Lance conta a trajetória do Santa Rosa, primeiro clube a garantir o acesso à elite do Parazão

O centenário time da Vila Sorriso está de volta à elite do Parazão. Após garantir o acesso em uma emocionante vitória nos pênaltis, contra o Santos, no último dia 22, o "Santinha" pode, enfim, comemorar o retorno, que bateu na porta no ano passado. Este ano, no entanto, com um grande investimento e novos parceiros comerciais, o clube conseguiu ressurgir no futebol. Em conversa com os jornalistas Luiz Moura e André Junior, os dirigentes David Merabet e Emerson Dias contaram um pouco da história do acesso. 

Na classificação geral, o Santa Rosa acumulou 18 pontos em 10 partidas e decidiu o acesso na semifinal, contra o time do Santos. O adversário da final da Segundinha sairá da disputa entre Canaã e Parauapebas, com jogo marcado para o próximo dia 28. Voltando ao Santinha, parte do acesso se deve à atuação do goleiro Felipe, contratado exclusivamente para a disputa da competição, conforme relembra Emerson Dias, diretor de futebol. 

"O Felipe é o nome de maior relevância no nosso plantel. Ele chegou de uma forma bem tranquila, veio para ser o líder da equipe e passou isso para todo o grupo. Estávamos em Marapanim, pesquisando quem seria o nosso goleiro, até que vi no instagram e mandei um direct. Ele repassou e sugeriu falar do projeto, perguntei se ele queria ao menos ouvir. Ele ouviu, soube do nosso projeto, do centenário do clube. Ele ouviu, mas no começo vinha para a Tuna só que eles foram eliminados e ele aceitou o nosso convite".

SAIBA MAIS

Se em campo o time deu resultado, fora dele os investimentos também deram conta. Levando em conta toda a competição, a folha salarial com jogadores e comissão técnica alcançou os R$ 160 mil. Isso porque, segundo os dirigentes, até pouco tempo atrás o clube corria o risco de, literalmente, desaparecer. Nesse momento surge um nome folclórico no clube, chamado Luiz Omar Pinheiro, ex-presidente do Paysandu e ex-proprietário do Carajás. 

"Dois anos atrás  LOP vendeu o Carajás a empresa para o empresário de lá. Ano passado, em uma conversa entre eu e o Luiz Omar, surgiu a situação do Santa Rosa, que praticamente não ia disputar a competição. O Edson, lá de Castanhal, que era o vice, queria repassar o clube, mas num valor muito fora da realidade. Eu disse que se baixasse eu poderia arrumar uns parceiros para dar certo, porque ainda iríamos ter que investir na competição. Ficamos nesse meio, entre o cara que queria vender e o cara que queria comprar. Ali conseguimos reduzir o valor. 15 dias antes da competição, fizemos um amistoso com o Santa Rosa tendo 26 atletas. Ali percebemos que só uns 3 ou 4 ficariam", conta Emerson.  

Hoje, LOP é presidente de honra do Santa Rosa, enquanto o filho, Luís Omar Segundo, é o vice-presidente do clube, que tem na principal cadeira o ex-jogador e empresário Roma Merabet. David Merabet é o atual SEO do clube e Emerson Dias o diretor de futebol, que coordena um trabalho totalmente autoral, sem apoio ou incentivo do poder público. "A receita do Santa Rosa é privada. A FPF não fornece nenhum tipo de ajuda aos clubes. Se eu não me engano foram duas bolas que eles nos cederam, mas temos nosso staff, nossos companheiros, parceiros e patrocinadores que acreditam no trabalho". 

Hoje na elite do Parazão, o Santa Rosa deve se preparar para novos investimentos, num projeto, que segundo eles, não deve parar por aí, começando pelo comando técnico, hoje nas mãos de João Nasser, o Netão. "Para mim, ele é o mais preparado técnico do futebol paraense. É bom, ele estuda, se prepara. A gente gosta muito do trabalho dele e tentamos formar conforme aquilo que pensamos para o clube", encerra.