Seis meses após o previsto, eleições na FPF devem acontecer nesta quarta-feira, com dois candidatos
Paulo Romano, pela situação, e Ricardo Gluck Paul, da oposição, disputam o trono da entidade pelos próximos quatro anos
Nesta quarta-feira (29) clubes, afiliados e ligas esportivas de todo Estado reúnem-se na sede do Pará Clube, em Belém, para a escolha do novo presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF), que irá comandar o futebol no Estado pelos próximos quatro anos. Depois de sucessivas paralisações por força da Justiça, a expectativa dos candidatos gira em torno da finalização de um longo processo, que se arrasta há cerca de seis meses.
Dois candidatos concorrem ao posto de mandatário máximo da FPF. De um lado, a chapa "Futebol de Primeira", encabeçada pelo ex-diretor da FPF, Paulo Romano, enquanto a "Unir Para Mudar", vem representada pelo ex-presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul. Ambos travam uma luta nos bastidores do futebol paraense para decidir quem irá substituir a presidente interina, Graciete Maués.
Entre eles, a expectativa é de que o imbróglio se encerre esta semana, com a totalidade dos aptos ao voto. Em dezembro do ano passado, o primeiro edital das eleições, previstas para ocorrer no fim de 2021, constava com uma relação com 126 representantes com direito a voto, entre clubes e ligas. No entanto, ao longo dos vários adiamentos das eleições, a FPF diminuiu a lista de votantes, mas uma nova decisão da Justiça decidiu pela restauração do colégio, tornando o processo mais amplo e participativo.
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Candidatos
Paulo Romano
O cabeça de chave da chapa "Futebol de Primeira", Paulo Romano, conversou com a reportagem de O Liberal sobre o pleito. Romano disse que espera encerrar de vez um capítulo nefasto na história do futebol paraense, para que o mesmo possa se reestruturar e trabalhar pela reestruturação do esporte no estado.
"A expectativa é muito grande, muito boa. A gente tem um trabalho à frente da Federação. Eu nunca tive o poder da caneta, como muitos dizem, principalmente os opositores. O que eu digo é que eu não sei se hoje fui um bom gestor de clube, mas me preparei para ser gestor da entidade. Passei por todos os departamentos, me aprimorei, tenho conhecimento de todas as áreas. Além disso, temos mantido contato com os nossos eleitores, eles não arredaram o pé e ao longo do tempo temos conseguido mais apoio", comenta.
Sobre a demora de seis meses, o candidato diz que a resolução será uma resposta e uma aposta nos ventos da mudança. "Temos muitas coisas para ajustar. Essa eleição mostra que precisamos passar por um choque de gestão. Temos que entregar aos torcedores um futebol totalmente profissional. Gestão moderna, de acordo com aquilo que o futebol brasileiro pede, como transparência e seriedade".
Sobre as críticas desferidas nos últimos meses, que resultaram inclusive na perda do jogo da Seleção Brasileira contra a Argentina, que seria realizado no dia 22 de setembro, na reabertura do Mangueirão, o candidato disse que vai atuar para resgatar a imagem da FPF junto aos órgãos nacionais.
"Vamos dar um basta nisso. O torcedor, a imprensa e os clubes não merecem passar pelo que passamos. Vamos restabelecer a credibilidade e representatividade junto à CBF, para que o futebol paraense possa trilhar o caminho da ascensão, levar o futebol à altura do torcedor paraense".
Ricardo Gluck Paul
Do outro lado está o ex-presidente bicolor e a chapa "Unir para Mudar". Ricardo Gluck Paul faz oposição à atual gestão da FPF e desde que anunciou sua intenção de concorrer ao cargo, vem criticando a postura da entidade, bem como a política implantada pela presidente interina. Na avaliação dele, será preciso bem mais que boa vontade para reconstruir o futebol paraense.
"A nossa expectativa é que as eleições sejam realizadas com base nos valores da moralidade, ética e transparência, e que haja o respeito com os eleitores que vêm de todas as regiões do Pará. São 126 afiliados que estão vindo para Belém. Espero que não tenhamos forças ocultas atrapalhando as eleições, como temos visto nos últimos seis meses", avalia.
As "forças ocultas" a quem o candidato se refere fazem referência aos constantes atrasos, cancelamentos e remarcações de datas, que deixam a FPF por vários meses sem perspectiva de eleições. Contudo, Ricardo acredita que, independente do resultado, é preciso união para resgatar a credibilidade do futebol.
"Devemos pensar no futebol paraense. Chega de manobras e situações que possam provocar novos cancelamentos e adiamentos. Estamos nessa expectativa por um fim nesse capítulo. Seja quem vencer, possa olhar o futebol paraense com carinho, resgate a imagem da federação, coloque o futebol no eixo, pois estamos numa situação degradante, que precisa de ações enérgicas e imediatas".
Segundo ele, uma primeira medida em caso de vitória seria a imediata reconstrução da entidade junto à sociedade, bem como das instituições que trabalham em parceria com a FPF. "Temos que recuperar nossa imagem com o mercado, recuperar nossa cadeira na CBF e agir para que a gente possa efetivamente colocar o futebol nos eixos novamente", define.
As eleições serão realizadas na quarta-feira (29), na sede do Pará Clube, no bairro do Marco, em Belém, com horário previsto entre 10 horas da manhã e 16 horas.
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