São Francisco é inspirado no Clube do Remo? Conheça a história do Leão Santareno
Remo e São Francisco ‘inauguram’ o Campeonato Paraense 2025 neste sábado (18/01), às 18h, no Estádio do Mangueirão
Clube do Remo e São Francisco abriram oficialmente as disputas do Campeonato Paraense 2025, no Estádio do Mangueirão no último sábado (18/01). Com símbolos similares, como mascotes e cores, os dois times possuem histórias cruzadas que vão além dos jogos em campo, especialmente na origem do Leão do Tapajós.
Para saber mais sobre a história do São Francisco e qual é a relação do Remo com o time, a equipe de esportes de O Liberal conversou com o historiador e pesquisador do futebol paraense Itamar Gaudêncio, que explicou as origens do time de Santarém.
“O São Francisco foi fundado em 1929, na região de Santarém, onde já existiam outros clubes fundados por grupos religiosos. No contexto da expansão do futebol na capital paraense, percebe-se uma história de clubes fundados no interior, mas com uma influência muito grande e uma ligação estreita com o Re-Pa, que impacta outros times”, explicou.
Segundo o historiador, o Leão Santareno não foi fundado com a cor azul-marinho, mas essa identidade foi “adquirida” ao longo do tempo.
“Por ter sido fundado na década de 1930, o São Francisco não utilizava camisas em azul-marinho. Era um time que usava camisas pretas e brancas, conforme relatado em suas histórias oficiais, como homenagem a grandes baluartes, sendo um deles um padre, já que a Igreja Católica tinha muita influência no futebol da época. Apesar da camisa inicial, o time se tornou azulino, adotando a camisa azul e o mascote leão por influência do clássico Re-Pa, que também inspirou o clássico ‘RaiFran’, entre São Raimundo e São Francisco, ali na região do Tapajós”, contou.
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Apesar de a história apontar para uma influência maior do clássico Re-Pa, o historiador não descarta que o Leão do Tapajós homenageie o Clube do Remo de alguma forma. “Há uma homenagem no uso da camisa, como parte de uma construção de identidade do futebol paraense, que está ligada também ao interior. Então existe essa influência, mas sem desmerecer o São Francisco. É interessante pensar como ele cria uma identidade que dialoga com a capital paraense e, ao mesmo tempo, mantém uma identidade própria”, disse.
“Claro que o Clube do Remo é rei e tal, mas o São Francisco tem uma camisa muito parecida, além de seu próprio leão. Assim, percebemos que há uma homenagem indireta na vivência do futebol”, finalizou.