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Remo e Paysandu comentam sobre Belém ser uma possível sede da Copa do Mundo de futebol feminino

Treinadora do Paysandu e jogadora do Remo falaram um pouco dos sonhos, dificuldades e das possíveis mudanças que uma Copa do Mundo em Belém podem trazer para o futebol feminino

Fábio Will e Caio Maia

Belém pode ser uma das sedes da Copa do Mundo de futebol feminino em 2027. O anúncio foi feito após reunião entre o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, da FPF, Ricardo Gluck Paul, além do Governador do Estado Helder Barbalho. A possibilidade da capital paraense ser escolhida para o Mundial levanta o assunto de como é, quais as dificuldades, o que pode mudar e qual legado pode deixar ao futebol feminino do Estado.

O núcleo de esportes de O Liberal conversou com representantes do futebol feminino do Paysandu e do Remo, para saber as dificuldades e como essa possível escolha de Belém, pode representar para a modalidade.

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Aline acredita que a estrutura do futebol feminino pode mudar com a chegada de uma Copa do Mundo em Belém. Ela explicou que vinda da principal competição da modalidade deve ser encarada como um avanço gigante do futebol feminino no Estado

“Espero que as estruturas criadas para a Copa do Mundo possam realmente nos ajudar. Estamos trabalhando para fortalecer as categorias de base e o Mundial pode nos auxiliar nesse sentido. Além de melhorar o nosso dia a dia, dá visibilidade ao Pará para que atletas de outros estados possam vir pra cá e fortalecer nosso futebol. Hoje nos dividimos muitas estruturas com a base do masculino e pouca coisa é exclusivamente pra gente. Quem sabe com a Copa do Mundo a gente consiga crescer ainda mais no nosso trabalho”, falou.

A treinadora do Paysandu afirma que é muito complicado em pensar em ter uma jogadora paraense na disputa de uma Copa do Mundo, mas a distância dos grandes centros, frequentar divisões inferiores e a falta de estrutura atrapalham para que alguma paraense possa se destacar.

“Sou realista quanto a presença de paraenses na seleção. O nosso estado fica longe da realidade de convocação, frequentávamos divisões muito inferiores do Brasileirão. Agora, na Série A2, talvez a gente consiga mais visibilidade. Nós temos jogadores de capacidade, que podem honrar as cores do Brasil, mas estamos longe dos grandes centros. Com a evolução do nosso futebol, podemos frequentar níveis mais elevados e, talvez, jogadoras nossas entrarem no radar do time do Arthur Elias”, comentou.

Pelo lado do Remo, a atacante Karol, de 30 anos, deposita as esperanças em uma evolução no futebol feminino do Pará com Belém sediando a Copa do Mundo. A atleta azulina acredita em uma mudança de mentalidade com o Mundial aqui.

“Belém sendo sede da Copa do Mundo feminina a esperança é que sejamos vistas como profissionais e que possamos ser tratadas como profissionais”, disse.

A jogadora azulina falou da relação como o futebol feminino é encarado em boa parte do país e destacou a luta diária, para sobreviver do esporte, já que na maioria das vezes, as jogadoras precisam ter uma outra profissão para poder sobreviver.

“O futebol feminino em Belém ainda é visto pelos clubes como apenas obrigação para os grandes. A maior dificuldade é a valorização do esporte. Para ser atleta de futebol feminino no Estado é necessário trabalhar fora do clube pra conseguir sobreviver. Pois a ajuda que o clube dá não é suficiente para se dedicar apenas ao futebol”, comentou.

Karol acredita na evolução do esporte e afirma que é necessário olhar mais para meninas. Ela afirma que o tratamento é diferente entre o futebol masculino e o feminino e isso dificulta muito o crescimento e influencia direto em revelação de novos talentos.

“No Pará temos muitos destaques, temos qualidade. Só falta um olhar pra nossa região.  Belém revela muitas atletas, porém não tem contrato com o clube, todas que saíram estão muito bem nos seus clubes. Se houvesse o olhar igual tem para o masculino, acredito que iriam conhecer os talentos do estado”, finalizou.

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