Re-Pa: Remo é melhor avaliado por comentaristas de O Liberal
A história mostra que clássicos desta envergadura não combinam com favoritismo antes da bola rolar, mas isso não esconde o estágio de crescimento dos maiores clubes do Estado
O Re-Pa deste domingo é o primeiro de uma série que promete grandes emoções ao torcedor paraense ao longo de 2025. O encontro entre os eternos rivais vem num momento embrionário, onde a construção técnica e tática ainda se fazem necessárias, mas para os observadores da crônica esportiva, é possível dizer quem sai na frente, sem, no entanto, cravar o favorito.
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No aspecto tabela classificatória. a dupla Re-Pa está bem próxima, com uma diferença de três pontos e um pequeno detalhe: enquanto o Paysandu já perdeu uma, o Remo está invicto e segue a cartilha do técnico Rodrigo Santana, que desde o ano passado se debruça na construção de uma identidade ofensiva, que aos poucos vem tomando forma.
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"A gente consegue dizer com o Remo joga, mas não dá pra dizer nem qual é o time do Paysandu, porque o Luizinho ainda está tateando. Enquanto ele ainda procura uma identidade, o Rodrigo Santana está no estágio das jogadas ensaiadas. Eu até faço uma analogia com a construção de uma casa. O Remo está pintando as paredes, enquanto o Paysandu está revendo o projeto da obra e fazendo ajustes, após trocar o mestre de obras", entende o jornalista de O Liberal, Carlos Ferreira.
Da mesma opinião compartilha Pio Netto, que enxerga o time azulino bem mais estruturado. "É ato de ousadia apontar favorito, mas ignorar as melhores alternativas do Remo não parece ser razoável. É um jogo grande e deve ser decidido pelos mais 'rodados'", avalia. Neste contexto, peças individuais acabam assumindo por osmose a responsabilidade de comandar o time.
"Eu vejo um jogo para nomes como Vizeu, Pedro Rocha e Jaderson pelo Remo. Nicolas, Rossi e Bryan Borges, pelo Paysandu", completa Pio Netto, enquanto Carlos Ferreira encurta o seu leque de probabilidades individuais.
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"Do lado do Paysandu, obviamente o jogador de maior expectativa é o Rossi. Ele é uma ilha de talento nesse item, se destaca num time confuso e entende muito de clássico, como a sua própria história diz. Do lado do Remo eu tenho uma expectativa com o Dodô, mas ele não voltou muito bem contra o Santa Rosa. É um jogador diferenciado e determina a dinâmica da equipe", acrescenta e pondera que Re-Pa é "superação", diz ele. "O time que tiver a atitude mais competitiva sempre leva vantagem".
No fim das contas, todo clássico é um livro aberto com páginas em branco, à espera de seus capítulos. E conforme a história registra, a vitória pode alçar o time à condição de favorito, enquanto a derrota trará certamente várias noites de sono curto.
"Quem perder levará um dose elevada de pressão para os próximos compromissos, inclusive com chances de mudanças em comando técnico e jogadores", completou Pio Netto, encontrando ressonância nas palavras de Carlos Ferreira. "O relevante não é definir os lugares, mas a rivalidade e suas consequências, justo por isso os clubes investiram alto numa arbitragem Fifa, num VAR completo. Estão dando a esse jogo o tratamento de uma decisão de campeonato", encerra.