Projeto Belenense: empresário compra clube do Pará e foca em revelação de jovens talentos; conheça
Antigo Grêmio Carajás mudou de nome e escudo e agora está sob comando do empresário Sandro Santos. Equipe já conta com CT em obras e quer criar novo estádio.
Sabe aqueles jogos online em que você pode controlar todas as ações de um time de futebol, desde a contratação de jogadores, até a criação de estruturas, escudo e nome? Aqui no Pará um empresário quis trazer essa experiência para a vida real. Depois de ter um nome consolidado no ramo da publicidade, Sandro Santos decidiu se aventurar no mundo da bola. No final do ano passado, ele comprou o Grêmio Carajás e criou uma nova agremiação, o Belenense. O time, desde já, se prepara para o início das divisões de acesso do Campeonato Paraense e tem como grande foco a revelação de novos talentos do cenário local.
"Entramos ano passado de cabeça no campeonato, mas sem condições de competir em alto nível. Agora estamos trabalhando para revelar atletas no ponto de vista esportivo e social. Se chegarmos a fazer uma campanha legal, ótimo. Mas o nosso foco é transformar o jovem em um homem de caráter", disse Sandro.
Em conversa com o Núcleo de Esportes de O Liberal, o empresário disse que já atuava como apoiador de várias equipes de futebol do Pará, mas preferiu se manter no anonimato. No entanto, após o que ele classificou como uma sequência de "coisas erradas e antiprofissionais", Sandro disse que decidiu ir fundo no sonho de viver do futebol.
"Coloquei na minha cabeça que assim que tivesse mais condições financeiras ia entrar de cabeça nisso. Surgiu, então, a oportunidade de adquirir o Grêmio Carajás, que estava com muitas dívidas. Como hoje existem muitos processos para criar um clube do zero, preferi ter os direitos e regularizar um time que já existia", explicou.
Em seguida, Sandro fez uma verdadeira revolução no clube. Assim que assumiu a presidência, o empresário mudou o nome do clube, fez um novo estatuto e pagou as dívidas que o clube possuía na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Além disso, ele passou a investir na construção de um CT, para receber jovens jogadores do interior.
"Só de CBF tínhamos mais de R$ 20 mil de dívida, mais impostos e taxas. Fizemos um novo estatuto, um novo escudo e colocamos o nome fantasia de Belenense. Além disso, em Ananindeua, tenho uma propriedade onde estamos fazendo campos de futebol. Temos um alojamento em obras para receber jogadores do interior. Aqui tudo é de graça, peneira de graça, sem mensalidade", afirmou.
Empresário tem perfil centralizador
Questionado sobre a composição do conselho administrativo do Belenense, Sandro foi enfático: "eu tomo as decisões". O empresário é o presidente do clube e possui conselheiros ou sócios, apenas diretores escolhidos por ele mesmo.
Ainda segundo Sandro, não é interesse, também, que o clube vire uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), como outras grandes equipes do Brasil. De acordo com ele, desde que assumiu o Belenense, já recebeu uma proposta milionária pela equipe, mas preferiu recusar.
"Aqui temos o estatuto. Daqui a quatro anos, por exemplo, eu deixo a presidência do clube, mas continuo sendo proprietário. Na SAF não é bem assim. Vejo a associação como a melhor forma de ajudar os jovens, porque dessa forma é mais fácil de conseguir patrocínio. Tive, inclusive, uma oferta de R$ 2 milhões para virar SAF, mas recusei", explica.
Próximo desafio: estádio
De acordo com Sandro, com as obras adiantadas no CT, o próximo desafio para a equipe é criar um estádio, onde possam ser jogadas as partidas das divisões de acesso do Parazão. Segundo ele, a ideia é adaptar o espaço de treinos para receber jogos, assim como fez o Castanhal para a disputa do estadual deste ano.
"Começamos as obras no CT ano passado e temos o projeto de transformar o local em estádio, mas esse sonho deve demorar um pouco. Aqui, por enquanto, temos uma área com campos de futebol, quadras de esporte e alojamento para 15 atletas. A ideia, no futuro, é mandar jogos aqui e receber um pequeno público", disse.
Por enquanto, com as obras de um novo estádio ainda no campo das ideias, o Belenense corre atrás de apoio para mandar jogos em 2023. De acordo com ele, a busca por patrocínio é necessária, já que os aluguéis de locais, tanto em Belém como no interior do Pará, são caros.
"Como estamos muito nos interiores para buscar atletas, estamos vendo estruturas para mandar jogos lá. Em Belém, no último caso, mandaremos jogos no CEJU. Hoje, antes de tudo, precisamos de ajuda com patrocínios, já que os aluguéis de campos são caros. O mercado é dominado por grandes clubes e não querem deixar a gente chegar", lamenta.
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