Presidente da Mancha Alvi Verde renuncia e vai se entregar à polícia, diz defesa
O caso envolvendo o dirigente é entendido como uma "cobrança" dos palmeirenses por uma ação de torcedores do Cruzeiro contra integrantes da Mancha Alvi Verde em 2022
Jorge Luís Sampaio renunciou ao cargo de presidente da Mancha Alvi Verde. Ele é suspeito de envolvimento na emboscada da organizada do Palmeiras a um ônibus com torcedores do Cruzeiro, em outubro, que terminou com uma pessoa morta e outras 17 feridas. Segundo nota divulgada pela defesa, ele deve se apresentar à Polícia Civil nos próximos dias e nega envolvimento na ação.
Considerado foragido pela Justiça, Jorge Luís esteve à frente da Mancha por três anos. Em uma segunda nota divulgada a membros da organizada, ele afirma que o afastamento é necessário para preservar a família e se dedicar em provar a sua inocência. De acordo com a defesa, "as suspeitas levantadas pela Polícia Civil não correspondem à realidade e que exercerá sua defesa com determinação e confiança de que tudo será esclarecido."
Em publicação nas redes sociais, a diretoria da Mancha Alvi Verde comunicou que a uniformizada será dirigida por um conselho administrativo, o qual será o responsável pelas decisões da entidade até a próxima eleição em junho/2025.
A investigação foi iniciada pela Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade). Um dos suspeitos que tinha um pedido de prisão contra si teve a determinação revogada após a própria delegacia reconhecer que errou em pedir a prisão de Henrique Moreira Lelis, que estava a 400 quilômetros de onde o crime aconteceu.
O caso está sendo tocado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Na terça-feira da última semana, dez integrantes da Mancha Alvi Verde suspeitos de participar de emboscada foram presos. Outras duas pessoas já haviam sido presas pela Polícia Civil em novembro. O vice-presidente Felipe Mattos continua foragido.
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A emboscada aconteceu na madrugada do dia 27 de outubro, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, no sentido de Belo Horizonte. O ataque terminou com a morte de José Victor Miranda, de 30 anos Ele integrava um grupo da Máfia Azul, organizada do Cruzeiro, de Sete Lagoas (MG). Miranda chegou a ser internado no Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã, em estado gravíssimo em decorrência de ferimentos de queimaduras e não resistiu. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que atendeu a ocorrência no dia, foi ateado fogo em um dos ônibus dos cruzeirenses.
O caso é entendido como uma "cobrança" dos palmeirenses por uma ação de torcedores do Cruzeiro contra integrantes da Mancha Alvi Verde em 2022, também na Fernão Dias. Na época, Jorge Luís Sampaio Santos teve sua carteirinha de sócio, documentos e cartões de créditos arrancados dos rivais durante o confronto, além de ter sido espancado e ter vídeos expostos nas redes sociais. A confusão terminou com quatro torcedores feridos a tiros.
Cruzeiro e Palmeiras se enfrentaram na quarta-feira, no Mineirão, em Belo Horizonte, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) determinou que a partida fosse realizada com portões fechados, apesar de manifestação contrária dos clubes e do Ministério Público de Minas Gerais. Os paulistas venceram por 2 a 1, ficando com o vice-campeonato.
Em nota, a defesa de Jorge Luís Sampaio afirma que "ele está absolutamente à disposição do Poder Judiciário" e informa que o palmeirense "se entregará voluntariamente às autoridades, apesar de reconhecer a dificuldade dessa decisão". O comunicado informa ainda que "Jorge e sua família demonstraram consternação e buscam compreender as alegações feitas contra si".