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No Dia do Vizinho, veja curiosidades da rivalidade entre Remo x Paysandu e seus Estádios e Sedes

Patrimônios dos clubes foram adquiridos pela rivalidade da dupla Re-Pa

Fábio Will

Na próxima segunda-feira (23) é comemorado o Dia do Vizinho. Conviver com a vizinhança nem sempre é uma tarefa fácil. Problemas como barulho, festa, bichos de estimação são algumas coisas que dificultam o convívio com os vizinhos, mas quando seu vizinho é o seu maior rival? Em Belém, os eternos rivais Remo e Paysandu, são vizinhos e apenas um quarteirão separam o Estádio do Baenão (Remo) do Estádio da Curuzu (Paysandu).

A equipe de O Liberal conversou com o professor e historiador do futebol paraense, Itamar Gaudêncio, que confirma que a rivalidade levou os clubes a serem vizinhos. Gaudêncio afirma ainda que isso era uma tendência nos clubes rivais de Belém.

“Essa questão de vizinhos, os dois clubes seguem o padrão da rivalidade. Hoje o que é a Curuzu, era o estádio da empresa Ferreira & Comandita. O Paysandu compra esse estádio e concentra os jogos, já que Belém era para ter um estádio municipal em São Brás, que hoje abriga um conjunto habitacional, bem em frente ao Mercado de São Brás. O estádio da Curuzu é de 1914, mas não era do Paysandu, já o Baenão é de 1917”, disse.

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Baenão e Curuzu não podem parar

Gaudêncio afirma que a construção do estádio que hoje pertence ao Paysandu, deu ao futebol paraense mais seriedade, pois onde os jogos eram disputados, existiam grandes interferência nos jogos.

“Na Almirante Barroso, que antigamente era uma estrada que passava um trem, tinha um entroncamento que era o bairro de São Brás, onde os jogos eram disputados. As primeiras partidas de futebol do paraense erem disputados em São Brás, em um local descampado, em que bois passavam pelo meio do gramado, cachorro, pessoas e isso geravam interferência nas partidas. Com a construção do estádio da empresa Ferreira & Comandita ajudou a ter um controle maior, com uma prática futebolística com as regras”, falou.

A rivalidade entre os dois clubes ficou intensa e o Remo, decidiu construir seu estádio próximo de seu rival. Para Gaudêncio, a rivalidade foi o motivo maior de os dois serem “vizinhos”.

“A construção do Estádio Baenão não foi à toa e tem um detalhe. O nome Paysandu é em homenagem à Guerra do Paraguai e o Estádio do Baenão se chamava assim porque Antônio Nicolau Botelho Baena, foi comandante geral da PM na época do império e foi para a Guerra do Paraguai”, disse.

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O que ocorreu nos estádios dos dois maiores clubes do Estado, também foi feito em relação às Sedes Sociais de Leão e Papão. Para o professor Itamar Gaudêncio, mais uma vez a rivalidade motivou a ocupação desses locais no Bairro de Nazaré.

“A rivalidade segue o mesmo padrão nas Sedes Sociais dos clubes na área de Nazaré. Eram locais onde membros da elite paraense passavam os finais de semana e os clubes foram também ocupando esse espaço. Isso só reforça o que penso, que um clube não vive sem o outro. Os clubes que são fundados na Cidade Velha e vão para essas áreas que hoje fica o bairro de Nazaré, justamente pelo mesmo processo de rivalidade”, finalizou.

De acordo com o jornalista Rafael Luís Azevedo, do site Verminosos por Futebol, Remo e Paysandu estão entre os rivais mais próximos do Mundo. O levantamento feito aponta que Leão x Papão são separados por 250 metros. Eles só ficam atrás de Dundee FC x Dundee United, na Escócia, onde os rivais estão separados por 100 metros e também Miramar Misiones x Central Español, em Montevidéo, no Uruguai, que não possuem distância entre os estádios, já que os patrimônios dos clubes são um ao lado do outro.

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