Superando barreiras, narradoras e comentaristas miram espaço em transmissões esportivas no Pará
Comentarista de futebol, Giordana Krumpanzer falou sobre os desafios de ser uma mulher no meio esportivo
O ambiente de transmissões esportivas tem sido ocupado por mulheres. No Pará, um dos nomes de destaque é o da comentarista esportiva Giordana Krumpanzer, que é advogada mas deixou a paixão pelo esporte falar mais alto.
“Sempre fui apaixonada por esportes, artes marciais e futebol em especial. Frequento estádios, acompanho meus times e campeonatos mundiais. Antes era um hobby com olhar de carinho para o esporte paraense. Quando tive a oportunidade, que nunca pensei que teria, deixou de ser apenas paixão de torcedora e virou algo sério, com estudos diários, preparação, treinamentos para comentar. Falar diretamente com torcedor, é muita responsabilidade”, disse a comentarista.
O início de Krumpanzer no meio das transmissões esportivas começou com a paixão pelo futebol, mas, por falar tanto sobre o assunto no trabalho acabou sendo convidada para ser comentarista de forma profissional. A estreia foi especial, na transmissão da final do Campeonato Paraense Feminino.
“Surgiu a oportunidade de fazer um teste para compor a equipe de comentaristas do Esporte Cultura, como eu tinha começado a trabalhar na casa e falava muito dos jogos, o Presidente e o Coordenador me deram a ideia de fazer um teste com a equipe. Eu entrei ao vivo e fui aprovada, aí comecei a compor a equipe desde o ano passado e depois fui me preparando para o campeonato”, explicou.
Atualmente, as comentaristas e narradoras de futebol ainda enfrentam preconceito e resistência de alguns torcedores, principalmente homens. Para Krumpanzer, a falta da voz feminina no esporte durante tanto tempo é a causa desse “estranhamento” inicial.
“É novo, é diferente. Por muito tempo não tinha uma voz feminina ocupando esse espaço e tem que ter muita coragem, porque você não controla quem está te assistindo. Mas sendo sincera, fui muito acolhida por parte do telespectador paraense, foi uma surpresa positiva”, declarou a comentarista.
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Nacionalmente, outros nomes femininos no mundo esportivo já começam a ganhar espaço. Renata Silveira, Ana Thais Matos e Natália Lara são exemplos disso. Para Krumpanzer, as colegas servem de inspiração no meio.
“Ainda é muito recente a história de mulheres nas transmissões de futebol. Iniciou uma onda de mulheres querendo ocupar esse espaço e conseguindo, ainda é o início, mas é gratificante saber que agora tem a vaga, tem o espaço. Às vezes ainda tem o famoso 'mulher não entende de futebol', porque foi um local dominado por homens por muito tempo, me dói dizer. Mas aí é que tá a graça, é ter uma pitada de coragem e não se deixar intimidar”, disse.
Para Giordana, ainda é difícil, mas o trabalho de enfrentar o machismo no mundo esportivo vale para que no futuro outras mulheres não precisem passar por situações difíceis no meio.
“É difícil, às vezes um pouco árduo, já deixei me consumir, já briguei e ainda está tudo no comecinho. Mas foi muito importante cuidar da saúde mental, comecei a transformar cada incômodo em incentivo para melhorar e estudar cada vez mais. Estamos todos trabalhando para que as próximas gerações não precisem ouvir nada disso”, finalizou.
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