Montenegro comemora aprovação da Botafogo S/A: 'Era muito difícil continuar do jeito que estava'
Ex-presidente e membro do comitê de futebol vibrou com avanço no processo de profissionalização, mas destacou pés no chão nas fases iniciais do projeto
No fim da reunião, aplausos. Não era para menos. Por unanimidade, o Conselho Deliberativo do Botafogo aprovou a continuidade do processo de mudança para clube-empresa, na última quinta-feira, em General Severiano. Após o evento, Carlos Augusto Montenegro, presidente do Alvinegro entre 1994 e 1996 e atual membro do comitê do futebol, comemorou o fato.
- Um dia que vai mudar a história do Botafogo, em que o Conselho Deliberativo deu aval, com louvor, a todo o trabalho feito. Acho que agora passa a ser o pioneiro de clube-empresa no Brasil. Os clubes têm que sair com essa solução, até porque é o que acontece no mundo. A gente não tem que inventar. Era muito difícil continuar do jeito que estava. A gente ia ficar sempre disputando não cair para a Série B, evitar quedas. Com isso, a gente tem a chance de voltar a disputar todos os campeonatos. Estou muito feliz porque sei que hoje o Botafogo tem futuro - afirmou.
A mudança, contudo, não acontecerá em pouco tempo. Montenegro afirmou que uma previsão realista é que a alternância de gestão total se dê em três a cinco meses, provavelmente após o Campeonato Carioca. Portanto, o dirigente afirmou que o Botafogo inicia 2020 da mesma maneira que terminou 2019: com dificuldades financeiras. Para ele, a necessidade é de pés no chão.
- Isso é um período de transição, porque a gente não tem ainda investidor. Então, a gente está com salários atrasados, fornecedores atrasados. A gente tem que botar o pé no chão. Não adianta gastar sem ter dinheiro. A gente espera que essa redução seja por um período curto. Assim que entrar investidor, aí volta ao normal. É aí que a gente volta a disputar campeonatos. É em torno disso. A gente não está fazendo mágica. Acabou o contrato, liberou. Só essa liberação representa uma redução de 1 milhão e meio aproximadamente - analisou.
O dirigente lamentou que não há nenhum tipo de solução a curto prazo ao Botafogo. A expectativa de Montenegro, porém, é que o Botafogo já tenha de condições de montar uma equipe competitiva quando o Campeonato Brasileiro iniciar.
- Sentimento triste. Ainda bem que está acontecendo no começo do ano. Campeonato estadual. É correr para ver se no Brasileiro a gente já melhora e recebe um oxigênio e possa disputar, mas eu sempre fui mais torcedor do que dirigente. Dirigente eu sou quebra galho, me chamam às vezes para ajudar - completou.
Por mais que esta questão de uma possível demora possa ser prejudicial a nível desportivo no Carioca, Montenegro afirma que este é o único caminho para que o Botafogo alcance uma nova luz. O dirigente afirmou que, com o processo ainda mais encaminhado, intensificará a busca por investidores.
- O torcedor entende, sabe que a gente não tem como inventar. O torcedor não aguenta mais humilhação, com times fracos, não disputando campeonatos e sim torcendo pelos outros para não cair. Agora a gente tem que tentar abreviar o máximo possível essa transição. Agora além de trabalho, tem que dar sorte de encontrar os investidores para realmente a gente virar um clube-empresa - finalizou.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA