Ministro Flávio Dino ordena que Polícia Federal investigue fraudes em jogos de futebol

O titular da pasta da Justiça comunicou o pedido nesta quarta-feira (10); CBF garante que não interromperá Campeonato Brasileiro

Luiz Guilherme Ramos
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O Ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (10), que a Polícia Federal (PF) recebeu ordens para instaurar um inquérito com o objetivo de investigar possíveis indícios de manipulação de resultados em competições esportivas. 

“Diante de indícios de manipulação de resultados em competições esportivas, com repercussão interestadual e até internacional, estou determinando hoje que seja instaurado Inquérito na Polícia Federal para as investigações legalmente cabíveis”, publicou o Ministro da Justiça em seu perfil em uma rede social.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) emitiu um comunicado oficial nesta quarta-feira (10), manifestando sua posição em relação às investigações. O presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, enviou um ofício à Presidência da República e ao Ministério da Justiça, solicitando a intervenção da Polícia Federal para centralizar as informações referentes aos casos.

A CBF destacou também que não cogita a possibilidade de interromper o Campeonato Brasileiro 2023, e garante que está trabalhando em conjunto com a FIFA e outras entidades internacionais para estabelecer um modelo padrão de investigação. A entidade reafirmou seu compromisso em preservar a integridade do futebol brasileiro e garantiu que seguirá acompanhando de perto os desdobramentos do caso.

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Denúncia do Ministério Público

O anúncio feito pelo Ministro da Justiça, Flávio Dino, nesta quarta-feira (10), ocorreu após a divulgação de uma denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) à Justiça, no dia anterior.

Segundo a assessoria de imprensa do MP-GO, a denúncia envolve 16 pessoas suspeitas de fraudes para manipular resultados de 13 partidas de futebol, sendo oito da Série A do Campeonato Brasileiro de 2022, uma da Série B do mesmo campeonato e quatro de campeonatos estaduais de 2023. A manipulação teria ocorrido com o intuito de favorecer apostas esportivas.

A denúncia foi assinada por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Combate ao Crime Organizado, e é resultado da Operação Penalidade Máxima II. O anúncio do Ministro da Justiça é uma medida complementar às investigações em curso.

“Trata-se de atuação especializada visando ao aliciamento e cooptação de atletas profissionais para, mediante contraprestação financeira, assegurar a prática de determinados eventos em partidas oficiais de futebol e, com isso, garantir o êxito em elevadas apostas esportivas feitas pelo grupo criminoso em casas do ramo, como www.bet365.com e www.betano.com", apontam os promotores.

"O grupo se vale, ainda, de inúmeras contas de terceiros para aumentar seus lucros, ocultar reais beneficiários e registra a atuação de intermediadores para identificar, fornecer e realizar contatos com jogadores dispostos a praticar as corrupções”, declararam em seguida.

A denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) envolvendo a Operação Penalidade Máxima II aponta a participação de 16 pessoas, incluindo jogadores de futebol e membros de uma organização criminosa, em fraudes para manipular resultados de partidas com o objetivo de favorecer apostas esportivas.

Dentre os jogadores denunciados estão Eduardo Bauermann, zagueiro do Santos, que foi afastado preventivamente pelo clube após os novos desdobramentos da operação. Outros envolvidos foram Gabriel Tota (Ypiranga-RS), Victor Ramos (Chapecoense), Igor Cariús (Sport), Paulo Miranda (Náutico), Fernando Neto (São Bernardo) e Matheus Gomes (Sergipe).

 

 

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