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Mano Menezes pede demissão e não é mais técnico do Cruzeiro

Ao lado do diretor de futebol, Marcelo Djian e do gerente, Marcone Barbosa, o treinador comunicou sua saída pela longa sequência de resultados ruins da Raposa

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A derrota para o Internacional por 1 a 0, em pleno Mineirão, foi a “gota d'água” para encerrar a passagem de Mano Menezes no Cruzeiro. Após uma conversa no vestiário com os jogadores e membros da diretoria, o treinador comunicou a sua demissão do cargo de comandante do time celeste.

Mano sai do Cruzeiro por uma pressão que se tornou insustentável com os maus resultados dentro de campo. Nos últimos 18 jogos, o time azul venceu apenas um, sobre o Galo pela Copa do Brasil, deixando a equipe em situação periclitante no Campeonato Brasileiro e prestes a ser eliminado na Copa do Brasil pelo Internacional. 

O treinador foi direto, sem firulas ou floreios, ao avisar que estava deixando o comando técnico da Raposa. Mano reforçou que sua saída é para achar uma outra forma de o time reagir com outro profissional e que o momento de sair é agora, para evitar uma crise ainda maior nos torneios que o Cruzeiro ainda disputa em 2019. 

- O pessoal (imprensa) está com o instinto bom e eu gostaria de comunicar oficialmente que a gente interrompe o trabalho no Cruzeiro. Pois entendemos que era o momento e não poderíamos estender mais essa fase. São 18 jogos e uma vitória, e no futebol isso não se sustenta. A decisão partiu de uma consciência de que as coisas podem piorar e as coisas não podem piorar - disse Mano, na entrevista coletiva ao lado dos dirigentes celestes.

O treinador demonstrou incômodo com as vaias e os gritos de “burro”, que foram ouvidos na parte final do duelo contra o Colorado. . 

- O torcedor da gente não pode achar que somos burros. E tenho muito respeito pelo Cruzeiro e não vou permitir que isso aconteça mais. A forma como estamos perdendo mostra que é hora de fazer algo. Por isso viemos aqui fazer esse comunicado - reforçou.

Mano Menezes enfatizou que não houve qualquer atrito ou desavença com alguém do clube ou com os jogadores, como foi especulado em alguns momentos devido aos maus resultados. 

- Não tivemos briga com jogadores ou internamente. Não tenho problema com ninguém. Os atletas viram como foi a despedida que fiz com eles. O mesmo futebol que dá, o futebol tira. As causas da queda de rendimento podem ser mais complexas do que só dentro do campo. Mas dentro do campo eu sou o responsável e por isso acho que o Cruzeiro precisa reagir. Eu mesmo como técnico estive aqui duas vezes para iniciar uma reação. Hoje, precisa vir outro profissional para fazer essa reação acontecer. Não tenho mais nenhuma outra justificativa. Se houvesse outras respostas e justificativas, não precisaria de eu estar aqui falando com vocês  - finalizou o agora ex-técnico da Raposa. 

No último domingo, após a derrota sofrida por 2 a 0 para o Atlético-MG, no Independência, Mano Menezes chegou a deixar seu cargo à disposição da diretoria celeste, que decidiu mantê-lo no cargo mesmo com a pressão. Mas a derrota para o Inter, em casa, foi a gota d'água.

Trajetória de Mano no Cruzeiro

Mano Menezes estava em sua segunda passagem pelo Cruzeiro. Na primeira, em 2015, o treinador conseguiu oito vitórias, seis empates e duas derrotas (62% de aproveitamento), tirando a Raposa do fantasma do rebaixamento naquele ano. No fim de 2015, Mano foi para a China e voltou em meados de 2016, onde estava até a noite desta quarta-feira.

Vivendo crise financeira e administrativa, o atual campeão mineiro começou 2019 com o pé direito, chegando a somar uma invencibilidade de 21 jogos e o título do estadual. Entretanto, o time engessou, o ataque parou de funcionar e o time passou ser presa fácil dos adversários. Se no início do ano o Cruzeiro, que vivia a expectativa de disputar todos os campeonatos que iria participar, hoje a realidade do clube é a de brigar contra o rebaixamento no Brasileirão. 

O treinador conquistou os títulos do Campeonato Mineiro de 2018 e 2019 e duas Copas do Brasil, também de forma consecutiva, 2017 e 2018, feito inédito no futebol nacional. 

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