Mangueirão: Ageu Sabiá relembra jogo contra a Bulgária, gol marcante, melhor parceiro e origem do apelido

Ex-jogador e atualmente assessor parlamentar, Ageu Sabiá deixou seu nome marcado na história do futebol paraense

Fábio Will
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O futebol paraense é recheado de personagens marcantes, um deles é o ex-jogador Ageu Sabiá. Aos 54 anos e com passagens pelos três grandes clubes de Belém, Ageu leva a vida tranquila, em Ananindeua e hoje trabalha como assessor parlamentar. Personagem folclórico do futebol, Ageu comentou sobre a volta do Mangueirão que deve ocorrer em setembro, um dos "palcos" em que brilhou por anos e da importância do estádio para o povo paraense. O eterno Sabiá elegeu o gol que mais marcou e as partidas que mais curtiu jogar no Colosso do Bengui.

Natural da cidade de Monte Alegre (PA), Ageu iniciou no futebol na Tuna Luso, foi campeão brasileiro da Série C pela Águia do Souza e leva no peito um carinho enorme pelo clube cruzmaltino. Mas foi vestindo a camisa da Seleção Paraense e do Remo, que Ageu “fez acontecer” e guarda na memória momentos marcante, principalmente no Mangueirão, estádio que conhece como a palma da mão.

“É muito importante ter o Mangueirão reformado. Os jogadores vão usufruir de tudo isso, os ex-jogadores também, eu que participei do Re-Pa, que é o principal clássico da Amazônia e todos estão felizes por isso [retorno do Mangueirão]. Dois jogos marcaram a minha vida no Mangueirão. O Remo x Portuguesa em 1993, que fiz um gol de cabeça, praticamente de fora da área. E também a Seleção Paraense x Bulgária, que driblei todos os búlgaros, ‘fui e voltei’, mas não consegui fazer o gol. São os dois lances mais marcantes no Mangueirão”, comentou.

Em 1990 a Seleção Paraense comandada pelo falecido Fernando Oliveira, recebeu a Bulgária, no Mangueirão, em um amistoso improvável. A partida ocorreu em Belém com o craque Stoichkov, após o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, ter preterido a capital paraense, após afirmar que a Seleção Brasileira jogaria um amistoso no Mangueirão com a Romênia, porém, o jogo acabou ocorrendo em Londrina (PR). A partida longe de Belém fez com que o então presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF), Euclides Freitas Filho, trouxesse a Seleção da Bulgária a Belém, já que ela estava no Brasil para também jogar contra a Seleção Canarinho. Neste amistoso, que terminou empatado em 1 a 1, Ageu foi o grande destaque, com inúmeros dribles e falou do lance em que “tirou para dançar” os búlgaros.

“O bonito é drible, que hoje não se vê no futebol brasileiro um jogador individualista, acabou isso. O Fernando Oliveira quando estava vivo, perguntou os motivos de não ter marcado o gol (contra a Bulgária) e respondi que o bonito é drible, o gol é detalhe, depois vem, mas infelizmente não fiz o gol contra a Bulgária”, falou.

O jogo diante da Bulgária no Mangueirão rendeu ao jogador um contrato com o Paysandu, que mesmo criticado pelo presidente bicolor, acabou vestindo a camisa alvicleste.

“No ano seguinte o Miguel Pinho (presidente do Paysandu), disse que eu não jogaria no time dele (por conta do lance contra a Bulgária), ele falou isso em um dia e no outro o técnico Givanildo Oliveira mandou me contratar. Fiz um com contrato com o Paysandu, o clube estava na Terceira Divisão e no ano seguinte o clube foi campeão Brasileiro e subiu para a Primeira Divisão”, relembrou.

Três maiores

Ageu Sabiá é lembrado por onde passa, no bairro da Cidade Nova 4, em Ananindeua, o Sabiá é “doce” na boca dos vizinhos. O ex-jogador vestiu as camisas da Tuna, Remo e Paysandu e revelou que não torce para nenhum time de fora do Estado.

“Por onde ando as pessoas falam comigo, eu torço para o Pará, sou Tuna, sou Remo e Paysandu. Não torço para time de fora. Se o Paysandu e o Remo jogar com times de fora, sou Remo e Paysandu, se a Tuna jogar contra os dois, sou Tuna”, brincou.

O gol inesquecível

Sabiá relembrou o gol diante da Portuguesa, do famoso jogador Denner, como o gol que marcou e citou os motivos pela escolha.

“O gol contra a Portuguesa, de cabeça. O goleiro ajudou também (risos), mas é difícil fazer um gol de cabeça quase de fora da área, eu baixo, antecipei, foi um lance bonito”, comentou.

Parceira

Ageu teve inúmeros companheiros de ataque, mas Sabiá relembrou a dupla que formou com Edil, um dos grandes amigos do Sabiá e que até hoje jogam juntos pelos gramados do Pará em amistosos da equipe máster.

“O meu maior parceiro jogando no mangueirão foi o Edil. Fizemos bastante gols, eu fazia um e ele fazia dois, ele fazia um eu metia dois. Era difícil passar em branco”, relembrou.

Voa, sabiá!

Personagem do futebol paraense, Ageu ganhou o apelido de “Sabiá” de um repórter da Rádio Liberal, ainda na década de 80 e que caiu no gosto do próprio Ageu e também dos torcedores.

 “Esse apelido foi colocado pelo repórter Mário Sales, do Grupo Liberal, que fazia a cobertura da Tuna. O Fernando Oliveira chamou ele e disse que eu era a nova contratação da Tuna e ele respondeu ‘baixinho, barrigudo, ‘estomagudo’ igual a um sabiá’ e aí pegou. As pessoas por aí dificilmente falam meu nome”, finalizou.

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