Jô Soares morreu: apresentador era apaixonado pelo futebol e torcedor do Fluminense; veja
O apresentador, que faleceu na madrugada desta sexta-feira, nunca escondeu sua paixão pelo esporte, mas disse que nos últimos anos estava afastado do seu clube do coração, o Fluminense
A morte de Jô Soares, humorista, apresentador de televisão, escritor, dramaturgo, diretor teatral, ator e músico, de 84 anos, foi recebida com bastante tristeza. Afinal de contas, por mais de 60 anos, Jô Soares esteve à frente das principais manifestações artísticas da cultura brasileira. Entre elas estava o futebol, que muito influenciou o seu trabalho, bem como a sua paixão pelo Fluminense.
Embora seja um fã declarado do esporte e do Flu, Jô disse que nos últimos anos estava afastado do clube, preferindo assistir aos jogos do Campeonato Inglês.
"Com o tempo, fui me desvinculando da paixão clubística, porque o futebol passou a me interessar mais pela sua qualidade do que paixão clubística. Aí não dá para assistir a qualquer campeonato europeu, para mim principalmente o Campeonato Inglês, e deixar de ver um jogo para assistir a um do Fluminense, eu não consigo", afirmou em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN, em 2018.
Contudo, ele se defendeu. "Não fui eu que me afastei do Fluminense, foi o Fluminense que se afastou da gente, porque não dá para torcer por um time que de repente pinta um jogador como o Gustavo Scarpa e não sei nem que fim levou. Eu gosto mais de futebol do que do clube. O que posso fazer, não é culpa minha", completou, com o bom humor característico.
SAIBA MAIS
Personagem Zé Galera
Entre os vários personagens criados pelo artista, muitos se baseavam em tiradas do futebol. O Zé da Galera, por exemplo, foi um dos mais famosos, estrelado nos anos 80, no programa "Viva o Gordo". Ele ligava de um orelhão para o técnico da Seleção Brasileira, na época Telê Santana, para dar 'pitacos' sobre o time, que disputava a Copa do Mundo de 1982. Na época ele criou o bordão "bota ponta na seleção, Telê!".
Jô Soares mantinha uma relação longa com o futebol, iniciada ainda nos anos de 1950, quando esteve presente no, talvez, episódio mais 'triste' do futebol nacional, a derrota para o Uruguai por 2 a 1, na final da Copa do Mundo daquele ano, disputada no Maracanã. Jô esteve presente entre os cerca de 200 mil torcedores, que saíram frustrados com a perda do que seria o primeiro título mundial do Brasil.
No ramo literário Jô também deu sua contribuição esportiva, sendo ele um dos autores do livro "A Copa que Ninguém Viu e a que Não Queremos Lembrar" (1994), que fala justamente sobre o mundial disputado no Brasil. Além de livros e personagens, o comunicador entrevistou centenas de jogadores, dirigentes e personalidades esportivas em seus programas de entrevista no SBT e na TV Globo.
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