Gluck Paul nega salário de R$ 200 mil e diz que revista Piauí tentou influenciar eleição da CBF

Presidente da FPF afirma que reportagem distorce dados, rebate críticas à reeleição de Ednaldo Rodrigues e defende aclamação como pacto por estabilidade no futebol brasileiro.

Caio Maia
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O presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF), Ricardo Gluck Paul, foi um dos primeiros dirigentes do Brasil a se manifestar sobre as denúncias veiculadas pela revista Piauí contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em entrevista exclusiva ao Núcleo de Esportes de O Liberal, Gluck Paul teceu críticas contundentes à publicação, que apontou supostas manipulações políticas, favorecimentos e salários elevados entre os dirigentes da entidade máxima do futebol nacional.

Um dos pontos que mais incomodaram o mandatário paraense foi a divulgação, por parte da revista, dos valores supostamente recebidos por presidentes de federações estaduais, que ultrapassariam os R$ 200 mil mensais. “Quero deixar muito claro: eu não recebo R$ 200 mil. Esse número já havia sido citado em uma reportagem do UOL, em 2022, durante outra eleição na CBF. Esse novo conteúdo, com certeza, foi encomendado para tumultuar o pleito. Eu não recebo nem perto disso. Não faço ideia de onde tiraram esse valor”, declarou.

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De acordo com a reportagem da Piauí, os salários dos dirigentes estaduais saltaram de R$ 50 mil para até R$ 215 mil em poucos anos, o que representaria um reajuste de 330% desde 2021. A revista também aponta que, ao longo do período que antecedeu a reeleição de Ednaldo Rodrigues, a CBF acumulou gastos milionários, concedeu benefícios pessoais a aliados e implementou cortes significativos em áreas estratégicas.

A divulgação do material ocorreu dias após a reeleição de Ednaldo Rodrigues para um novo mandato de quatro anos, ratificada por aclamação unânime dos integrantes do colégio eleitoral – composto por presidentes de federações e clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. No entanto, após as denúncias, a unanimidade passou a ser questionada por parte da opinião pública, especialmente nas redes sociais, onde torcedores sugeriram que a eleição teria sido “comprada”.

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Ricardo Gluck Paul, por sua vez, rebateu essas alegações e afirmou que a aclamação foi fruto de um pacto entre os membros do colégio eleitoral, com o objetivo de estabilizar a governança da CBF. “Tivemos anos conturbados na entidade, com trocas constantes na presidência, disputas jurídicas, denúncias de corrupção e até ações policiais. O que ocorreu agora foi um momento de conscientização. Todos abriram mão de suas vaidades em nome da pacificação institucional. Essa matéria da revista distorce os fatos e insinua que todos se venderam, o que é um absurdo”, argumentou.

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O dirigente também criticou o que considera uma "lógica perversa" que tem se disseminado contra os representantes do futebol nacional. Ele citou, como exemplo, um episódio envolvendo o jornalista Paulo Vinícius Coelho (PVC), que questionou, em entrevista ao presidente do Sport Recife, Yuri Romão, a coerência de dirigentes que reclamam da arbitragem após terem apoiado a reeleição de Ednaldo.

“Yuri, há 15, 20, 25, 30 anos a gente reclama de arbitragem. Qual é o momento em que se pode fazer alguma coisa? É na eleição da CBF. O presidente foi reeleito por aclamação, todos votaram nele. Podiam ter votado nulo, podiam não ter aplaudido”, disse o comentarista à época.

Para Gluck Paul, esse tipo de cobrança ignora os direitos e deveres dos membros do colégio eleitoral. “Criou-se uma narrativa perigosa: a de que, por termos apoiado Ednaldo, não podemos mais fiscalizar a gestão ou fazer críticas. Isso não faz sentido. Quer dizer que, se eu votei em um presidente da República, um governador ou um prefeito, perco o direito de cobrar? Claro que não. A fiscalização é um dever permanente de quem elege, seja no futebol ou na política”, finalizou.

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