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Futebol pelada segue encantando gerações de atletas e alerta para os cuidados com o avançar da idade

A magia do futebol amador é uma constante entre jogadores e ex-atletas, mas os cuidados para se manter na ativa são importantes, sobretudo quando a idade avança

Luiz Guilherme Ramos

Entre boa parte dos "boleiros", a prática do futebol pelada é quase religiosa. A magia do futebol amador parece seguir firme e forte, conquistando cada vez mais adeptos, que hoje se organizam em grandes eventos, atraindo atletas de fim de semana e muitos profissionais. Apesar disso, quem conhece bem o universo do futebol pelada sabe que é preciso ter alguns pequenos, porém importantes cuidados, sobretudo quando a idade começa a fazer suas cobranças. 

Pelo menos é assim que alguns atletas já aposentados do futebol profissional pensam. Como todo esporte, é necessário cuidado com o corpo e respeito aos limites da condição física de cada um, pois, embora seja considerada por muitos como uma diversão de fim de semana, a pelada tende a cobrar caro de seus jogadores quando cuidados simples não são tomados. 

O ex-volante Vanderson, por exemplo, que defendeu o Paysandu na chamada "era de ouro", se assume como um "peladeiro" inveterado, mas isso não o impede de tomar certas precauções, haja vista se tratar de um esporte enraizado na família, responsável por revelar vários nomes para o futebol paraense. 

"Eu sempre brinquei minhas peladas, antes mesmo de ser profissional. Foi graças a ela que eu virei. Eu sempre brinco minha pelada, está no sangue da família. Meu pai, meu avô, meu tio, todos jogaram. E sempre quando eu posso estou jogando. Geralmente jogo dia de quarta, sexta e domingo", afirma. Segundo ele, durante muitos anos a pelada foi alternada com os jogos pelo Papão da Curuzu, fato que hoje lhe traz certas obrigações para com o corpo. 

"O futebol me trouxe muitos benefícios, mas também algumas sequelas. Eu sofro com dores na minha mbar. Quando eu jogava fazia muito uso de remédios para diminuir as dores. Hoje não é tão ruim, porque faço academia, treino funcional, e isso mantém a minha lombar sem dor. Quando eu paro um tempo de jogar pelada, as dores voltam. Então é preciso ter muito cuidado, sim", revela. Para quem é entusiasta do futebol amador, no entanto, é preciso ter cuidados da mesma forma que um profissional, sobretudo quando a idade começa a pesar. 

"Os cuidados a serem tomados é manter praticamente 50% do que você vinha fazendo e ir para academia, fazer um treino funcional, jogar uma pelada no fim de semana, ter uma boa dieta e praticar esporte. Se você praticar esporte, você vai manter uma boa saúde. não são todos. eu tenho uma certa facilidade. Quando eu jogava, minha média era de 78, 79 quilos. Hoje estou com 82, 83 quilos", explica. Vanderson, que hoje tem 44 anos e se aposentou dos gramados em 2015, após passagem pelo Cametá. 

SAIBA MAIS

 

"Eu sei que muitos jogadores atuais fazem isso no fim de semana sem jogos, eles praticam a pelada. Para mim o jogador tem que se preservar, se cuidar. Ai machuca e chega no clube contundido. O recomendável é não jogar, enquanto você é profissional. Eu sou totalmente contra. Agora, depois que se aposenta, sim. Eu comecei após a carreira e jogo até hoje. Estive 16 anos no profissional, com muitas atividades diárias, treino físico, coletivo, então o organismo se acostuma com isso. A pelada vem suprir aquele espaço".

Mesquita deixou os gramados aos 36 anos e desde então segue jogando futebol amador, hoje como uma forma terápica de relaxar e manter-se em dia com a saúde, além de nutrir a famosa "resenha" que o futebol cultiva entre seus adeptos.

"Eu deixei o futebol com 36 anos e até hoje jogo bola, com 72 anos. Tranquilo, alegre. Essa prática para mim é excelente. No final de semana eu vou para a Tuna, jogo meu futebol de 8h30 até 11 horas. Depois tem a resenha, que também é importante. Conversar com os amigos. Pratique futebol de maneira sadia, sem beber, fumar, para você ter uma vida tranquila", encerra. 

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