‘Estava embriagada’, diz Robinho sobre vítima de estupro, em áudio utilizado pela Justiça Italiana

Ex-jogador do Milan foi condenado a nove anos de prisão por estupro na Itália

Andréia Santana
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Foram divulgados nesta quarta-feira (14), os áudios utilizados pelo Ministério Público Italiano para condenar Robinho a nove anos de prisão, por envolvimento em um estupro coletivo de uma mulher de 23 anos, em uma boate de Milão, em 2013. Nas conversas do jogador com amigos, ele dá detalhes do crime

“Eu 'comi' a mina, ela fez chupeta pra mim e depois saí fora. Os caras continuaram lá”, diz o ex-jogador do Milan em um trecho dos áudios divulgados. Em outro momento, Robinho se mostra preocupado: “Caralho, se esse bagulho sai na imprensa, vai me f…”

As conversas foram divulgadas pelo podcast “Os grampos de Robinho”, do Uol, que chegou a procurar o jogador e os demais acusados para comentar os áudios, mas não obtiveram respostas. 

Em trecho de janeiro de 2014, Robinho chega a negar as acusações em conversa com seu amigo Jairo, e debocha das condições da vítima no dia do crime. “Por isso que eu estou rindo, eu não estou nem aí. A mina estava extremamente embriagada, não sabe nem quem que eu sou”, disse. 

Durante outros momentos, o jogador afirma que não fez nada com a moça albanesa, e nega todas as acusações contra ele, mas incrimina os amigos. “Os moleques que estão f… Olha como Deus é bom. Eu nem toquei na menina, agora eu vi o Rudney rangando ela, e os outros caras rangando ela. Então, os caras que rangaram ela vão se f…”, completa.

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Em conversa com Ricardo Falco, também condenado pelo caso, o ex-jogador mantém o argumento de que não conhece a vítima.  “Primeiro, o bagulho faz um ano. Segundo: não toquei nem nessa menina. Quem tocou nela está lá no Brasil. Vai atrás do pessoal que está lá no Brasil. Ah, quer ir atrás dos caras, pô, vai lá no Brasil lá, irmão. Vai lá no Brasil. O importante é que eu nem conheço essa mina, nem conheço ela. Vê se ela tem meu telefone, se ela já me beijou. Nem conheço”, desabafou Robinho.

No mesmo momento, Robinho se mostra preocupado novamente com a possibilidade da notícia vazar para a imprensa e todos ficarem sabendo. “Mas não vai dar nada. Agora se sair no jornal, vou apelar com esses caras. Ninguém vai dizer que vocês fez porra nenhuma com a mina, nem tu (Ricardo Falco), nem o Jairo. Pros moleque vai, pro Seu Claytinho, pro Seu Galan, pro Seu Alex. O Galan não, ele não fez nada, mas se a mina botou o nome dele, vou fazer o quê? Agora Claytinho, Rudney e Alex, tá morto", afirma o ex-jogador. 

Ainda na conversa com Ricardo Falco, o jogador chega a sugerir que os dois batam na vítima caso ela os acuse. “ A mina sabe que tu não fez p… nenhuma com ela, ela é idiota? A gente vai dar um soco na cara dela. Tu vai dar um murro na cara, vai falar: ‘P****, que que eu fiz contigo?”, diz o jogador. 

No fim da reportagem do Uol, o jogador liga para Alex, outro envolvido no caso, e se mostra preocupado com os desdobramentos da investigação. “E agora? Vai entender se a mina teve filho ou não, ninguém sabe se ela teve, se ela não teve, a polícia não vai falar”, diz preocupado. 

Alex rebate o amigo, dizendo que caso a vítima não engravide, seria a palavra dela contra a deles. O brasileiro então responde, dizendo que a parte boa é que a boate não tinha câmeras. 

“O cara que o Jairo contratou falou assim, que a única coisa boa é que os cara tá lá no Brasil e na discoteca não tinha câmera, porque se pegasse a câmera, os cara ia pegar eles até no Brasil. Como não tinha câmera, vai ficar meio embaçado pra mina provar que estupraram ela se ela não tiver grávida", finalizou o jogador na chamada. 

Com todos os trâmites e ritos concluídos, a Justiça Italiana condenou o jogador a nove anos de prisão. No entanto, morando no Brasil, Robinho não cumpriu a pena em nenhum momento. Se estivesse na Itália, ou fora do país, ele seria preso e levado para Milão. 

A Itália chegou a pedir a extradição do brasileiro, ação negada pela Constituição Federal, e Robinho passou a viver na cidade de Santos, em São Paulo, sem incômodos. A Itália entrou novamente com ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), por meio do Ministério da Justiça, com o pedido para que a pena do jogador seja cumprida no Brasil.  

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