Escândalo das apostas: depoimentos e bloqueios de bens devem ocorrer nas próximas semanas
O ministro da Justiça, Flávio Dino, deu um parecer sobre o caso que coloca em cheque o segmento de apostas esportivas no Brasil
Nesta quinta-feira (10), o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que o presidente da República Luís Inácio Lula da Silva (PT) solicitou prioridade na apuração das suspeitas sobre manipulação de resultados no futebol brasileiro. Dino informou ainda que o inquérito da Polícia Federal será instalado até sexta-feira (12).
"Nas próximas semanas, já haverá atos concretos como depoimentos, ações investigativas e, eventualmente, bloqueio de bens para que haja uma dimensão preventiva, para prevenir a perpetuação de outros crimes", disse o ministro. As informações são do portal GE.
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O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, pediu na última quarta-feria (10) que Polícia Federal participasse do caso. O órgão encaminhou um ofício ao Ministério da Justiça, que determinou a instauração do inquérito.
"São fato graves, onde há indícios de combinação e atos contrários ao esporte, com repercussão interestadual e internacional. Essa manipulação pode configurar vários crimes, como o estelionato. A Polícia Federal vai aproveitar outras investigações existentes, para que a gente faça uma repressão rápida, uniforme e eficaz, para que haja segurança em relação à ética no esporte no Brasil", explicou Dino.
Dino destacou ainda a projeção positiva da regulamentação das casas de apostas do Brasil, a fim de proteger o futebol de práticas criminosas. Na última quarta, foi entregue ao presidente Lula o texto da Medida Provisória que visa diminuir a porcentagem de lucro da casas de apostas de 95% para 84%, e estabelecer obrigações junto ao governo. Além desse, foi enviado um texto com um decreto que determina a criação de um grupo de trabalho para fiscalização de problemas no setor. O material foi produzido pelo Ministério da Fazenda e enviada pela Casa Civil.
"O Ministério da Fazenda lidera esse debate no âmbito do Governo. O Ministério da Justiça acompanha. Temos projetos no Congresso e que desejamos é que por intermédio desses estudos do governo e projetos que tramitam na câmara, tenhamos uma concomitância saudável. De um lado, investigações, de outro essa nova normatividade que fecha o caminhos dos criminosos. É um tema que envolve milhões de pessoas e negócios, que devem ser protegidos. Negócios legais, que quando tem a atuação de criminosos abala todo esse sistema de interesse de grande parte da nação brasileira", completou o ministro.
(*Gabriel Bentes, estagiário sob supervisão da editora web de Oliberal.com Ádna Figueira)