Em conversas divulgadas, Bauermann fala em aliciar atletas do Santos para fraudes: 'Talvez dois'
O atleta afastado do Santos tentava reaver prejuízo causado à quadrilha, após não ter recebido um cartão amarelo em jogo contra o Avaí, pela Série A de 2022
Ao ter acesso às trocas de mensagens entre Eduardo Bauermann e uma quadrilha de apostadores na última terça-feira (9), o Globo Esporte revelou que o zagueiro do Santos foi questionado sobre a possibilidade de envolver outros jogadores do Peixe em um esquema de manipulação. Bauermann se comprometeu a falar com pelo menos dois companheiros de equipe.
As conversas ocorreram entre os dias 6 e 11 de novembro de 2022, datas em que o Santos jogou contra o Avaí e o Botafogo pelo Campeonato Brasileiro do ano passado. O jogador é um dos 16 denunciados pelo Ministério Público de Goiás na Operação Penalidade Máxima II.
Lances sob suspeita de esquema de apostas:
Na ocasião, os apostadores tentavam reaver o dinheiro perdido após Bauermann não receber um cartão amarelo durante o jogo com o Avaí. O zagueiro recebeu uma transferência bancária no valor de R$ 50 mil para participar do esquema.
Após não obter sucesso na primeira aposta, a quadrilha tentou envolver novos jogadores e, para isso, consultou Bauermann. O jogador prometeu procurar dois companheiros de equipe para receberem cartões na partida contra o Botafogo, no Rio de Janeiro. Os nomes dos jogadores envolvidos não foram divulgados.
Veja as mensagens
Apostador: "E quantos jogadores você arruma para tomar a porra do cartão no domingo?".
Bauermann: "Cara, posso ver quem está à disposição aqui. Acho que uns 2".
Apostador: "Certeza disso, mano? Dois caras mil grau que não vai fazer o que você fez".
Entenda o caso
A manipulação de jogos no futebol brasileiro foi objeto de uma nova denúncia apresentada pelo Ministério Público de Goiás. A investigação inclui partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022 e também de competições estaduais realizadas este ano.
As informações foram divulgadas pela Veja e apontam que pelo menos 20 jogos estão sob análise do MP. A nova denúncia foi acatada pela Justiça e se baseou em equipamentos apreendidos em fases anteriores da Operação Penalidade Máxima.
VEJA MAIS
Tanto clubes quanto casas de apostas são considerados vítimas na investigação
Os casos envolvem apostas em jogadas como punições com cartões amarelos ou vermelhos e pênaltis. O MP identifica Bruno Lopez de Moura, um apostador detido na primeira fase da operação, como líder da quadrilha responsável pela manipulação de resultados. Outras 16 pessoas podem se tornar réus no caso.
Na fase anterior da operação, alguns jogadores, como os zagueiros Victor Ramos, da Chapecoense, Kevin Lomónaco, do Bragantino, Paulo Miranda, ex-Juventude, e Eduardo Bauermann, do Santos, os laterais-esquerdos Igor Cariús, do Sport, e Moraes, ex-Juventude e atualmente no Atlético-GO, e o meia Gabriel Tota, ex-Juventude e atualmente no Ypiranga-RS, foram alvo de busca e apreensão.
Na fase atual, foram adicionados os nomes dos volantes Fernando Neto, ex-Operário-PR e hoje no São Bernardo, e Nikolas, do Novo Hamburgo-RS, e do atacante Jarro Pedroso, do Inter-SM.
O MP-GO pede a condenação dos envolvidos na manipulação, bem como o ressarcimento de R$ 2 milhões aos cofres públicos por danos morais coletivos, conforme apurado pela Veja.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA