Do velório ao filme de terror: noite em São Januário reflete a negatividade constante do Vasco
Clima nos arredores da Colina Histórica já era de melancolia antes de a bola rolar. E o Cruz-Maltino tratou de piorar as coisas ao perder de forma patética para o Vitória
Um desavisado nos arredores de São Januário na noite da última quarta-feira pode ter imaginado que não haveria jogo. Quem já esteve no estádio do Vasco sabe que o ambiente cheira e vibra futebol horas antes de a bola rolar. Só que nada indicava que haveria futebol. Na verdade, nada indicava que o Cruz-Maltino jogaria. E realmente o clima combinou. O time da casa não esteve em campo.
Este repórter nunca esteve na Colina ou em qualquer outro estádio, em dia de jogo, e se deparou com tamanha tristeza. Tamanha melancolia. Tamanho sentimento de velório. Ruas sem música, quase sem comércio e nem os policiais militares presentes precisaram estar atentos. Era um Vasco contrário a seus tamanho e história. Desde antes de a bola rolar.
Obviamente, os 689 presentes passam longe de ter culpa. Pelo contrário, se dispuseram a despender tempo e dinheiro para apoiar um time já sem chance de acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. E, sem a habitual animação pré-jogo, eles entraram no estádio, mas não tiveram sequer um minuto de sossego. Como incentivar?
Como incentivar um time que leva sete gols em dois jogos? Que toma gols de contra-ataque e de cabeça com a regularidade de quem bebe água? Que passa vergonha, domingo, contra um time do alto e, na quarta, contra um time do fundo da tabela? Que não é capaz de fazer gols?
A noite vascaína foi feia desde antes de a bola rolar. E uma negatividade repleta de trevas parece seguir sobre a cruz de malta. Muita coisa precisa mudar para que os futuros mais próximo e mais distante mudem.
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