Copa do Brasil começa nesta terça-feira (21) e terá punições rigorosas para casos de racismo
Pela primeira vez um torneio nacional punirá esportivamente equipes relacionadas a atos discriminatórios.
A Copa do Brasil começa nesta terça-feira (21), com a partida entre Marcílio Dias-PR e Chapecoense-SC, às 19h. O torneio deste ano traz várias novidades, sobretudo do ponto de vista financeiro. Em 2023, a CBF pagará ao vencedor uma premiação recorde, que pode chegar a até R$ 90 milhões. No entanto, o grande destaque do campeonato estará nas medidas tomadas fora de campo. Pela primeira vez um torneio brasileiro punirá esportivamente equipes relacionadas com atos de racismo.
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O novo Regulamento Geral de Competições (RGC) da CBF, publicado na semana passada, prevê sanções rigorosas para casos de racismo e outros atos de discriminação, como LGBTfobia e xenofobia. Entre as penalidades prováveis estão advertência, multa, proibição no registro e transferência de atletas, e/ou perda de pontos.
Na semana passada, antes de o documento ter sido publicado, a CBF havia informado que o clube poderia perder mando de campo. No entanto, a medida não está descrita no regulamento.
Vontade antiga
A perda de ponto em caso de atos de preconceito, algo sem precedentes no futebol brasileiro, era um velho desejo do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, primeiro negro a assumir o cargo mais alto da entidade. No ano passado, ele anunciou que debateria o tema nos conselhos técnicos das competições este ano.
Nos bastidores, entretanto, muitos clubes fizeram ressalvas. A principal alegação era de que seria difícil fiscalizar e de que poderiam haver "infiltrados" nas torcidas para prejudicar os clubes.
No entanto, o novo RGC tentou "driblar" os opositores. Um dos artigos do documento deixa claro que "os clubes, sejam mandantes ou visitantes, são responsáveis por qualquer conduta imprópria do seu respectivo grupo de torcedores".
Multa recorde
A multa de R$ 500 mil, a penalidade mais branda prevista no RGC, é a maior já prevista no direito desportivo brasileiro. O documento ainda prevê castigo maior na hipótese de reincidência. Ou seja, o clube poderá ser sancionado em até R$ 1 milhão se for condenado duas vezes pelo mesmo ato discriminatório.