Com o Parazão parado, clubes acumulam dificuldades financeiras e cobram FPF
Equipes do Parazão alegam dificuldades financeiras para manter elenco em atividade e sem prazo para retorno da competição
O Campeonato Paraense segue sem uma data para recomeçar. A competição que tinha tudo para seguir o fluxo normal e encerrar neste mês de março, ao que parece vai entrar no mês de abril e ser jogado com a dupla Re-Pa já atuando pela Série B do Campeonato Brasileiro, porém, Remo e Paysandu possuem calendário, além de trem condições de arcar com as despesas de salários e logística, mas e os clubes menores?
A equipe de O Liberal conversou com Valdir Matias, presidente do São Francisco, clube que é da cidade de Santarém (PA), mas que se hospeda e treina na cidade de Marituba (PA), na região metropolitana de Belém. O Leão santareno aguarda o desenrolar de fotos, para saber se retorna para a disputa da competição estadual, já que a sua participação no Parazão havia sido encerrada. Outro representante de clube que falou sobre as dificuldades em manter o time somente treinando foi Roma Merabet, diretor do Santa Rosa, que comentou sobre o momento em que o futebol paraense vive.
Saúde financeira extremamente prejudicada
O São Francisco terminou a primeira fase do Parazão na 10ª colocação com 6 pontos conquistados, ficando livre do rebaixamento para a Segundinha, mas também de fora das quartas de finais. O fim da temporada havia sido decretado, porém, com os julgamentos do Capitão Poço, Tuna Luso Brasileira, Remo e Bragantino em que os clubes perderam pontos, a equipe de Santarém acabou entrando nas quartas de finais, porém, sem definição da volta do Parazão, acumula dívidas. O presidente do São Francisco, Valdir Matias, cobrou da Federação Paraense de Futebol (FPF), que cumpra a determinação da justiça desportiva e que os jogos ocorram o quanto antes.
“A nossa grande dificuldade é manter uma estrutura em Marituba (PA), já que não treinamos e nem jogamos em Santarém (PA). Manter essa estrutura encarece muito pra gente. Estamos distantes da nossa torcida, dos sócios e empresários e sem competir é pior ainda. O importante é que a FPF cumpra a determinação do Tribunal de Justiça Desportiva e marque logo a rodada o mais rápido possível”, falou.
Segundo o mandatário do São Francisco, sem somar a folha de pagamento dos atletas e membros da comissão técnica e funcionários, as despesas do aluguel do centro de Treinamento e alimentação, chega a R$20 mil por semana.
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Planejamento foi "rasgado"
Para Roma, o planejamento do Santinha foi comprometido com a paralisação, já que no primeiro momento os contratos com os atletas foram feitos para durar três meses. Agora, com a paralisação, o clube terá pelo menos mais uma folha salarial para arcar e isso preocupa o dirigente.
“A estratégia financeira, planejamento financeiro, é pior ainda, porque quanto mais demora, passam-se uns dias, passam-se uns meses, aumenta a folha, aumenta os alugueis de campo, aumenta a alimentação dos atletas, aumenta os alugueis das casas, hotéis e os apartamentos que a gente aluga para os atletas, porque vai aumentar a quantidade de dias. O nosso planejamento financeiro ele fica bastante prejudicado, para não usar o outro um outro adjetivo aí. Mas é extremamente prejudicial a nossa saúde financeira porque o planejamento que a gente fez lá a priori de três meses de campeonato, três folhas e mais os dias trabalhados do mês de dezembro, ele já vai ser comprometido com mais uma folha e saúde financeira do clube fica bastante comprometida”, comentou.
FPF
A equipe de O Liberal entrou em contato com a Federação Paraense de Futebol (FPF), para saber um posicionamento da entidade que comanda o futebol no Estado, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.