Colunista de O Liberal narrou jogos de Pelé em Belém; leia o depoimento
Rei do Futebol, Pelé jogou contra Remo e Paysandu na capital paraense
Pelé chegou ao Santos com apenas 15 anos de idade. Aos 16, fenômeno que sempre foi, chegava à Seleção Brasileira fazendo o único gol da nossa Seleção, na derrota para a Argentina, no Maracanã. Na Copa de 58, explodiu para o mundo e tornou-se o mais jovem rei do futebol mundial, fazendo gols espetaculares contra o País de Gales, contra a Suécia, contra a França e chorando, copiosamente, como a criança que era, após a conquista do título mundial.
Pelé recebeu da revista France Football o título que ele vai ostentar eternamente, sem se vislumbrar um sucessor oficial à sua altura. Em Belém, eu tive o privilégio de narrar os dois jogos do Santos de Pelé contra os principais clubes de Belém.
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Ganhou do Remo por 9 x 4 e, dois anos depois, já com o companheiro paraense Manoel Maria ao seu lado, conquistou mais uma vitória entre nós, com o triunfo sobre o Paysandu por 3 x 1. Eu acompanhei muitos jogos do Pelé, narrando partidas memoráveis onde a sua atuação foi decisiva para títulos conquistados pelo Santos no cenário nacional e internacional.
Na Seleção Brasileira, também narrei jogos fantásticos, um deles que provocou o choro de narradores esportivos de todo o Brasil, que viam ao meu lado, a despedida de Pelé da Seleção Brasileira, no Maracanã. Foram dois jogos, o primeiro em homenagem ao público paulista, com empate de 1 x 1, contra a Áustria, no Morumbi e, uma semana depois, naquele emocionante empate contra a Iugoslávia, por 2 x 2, no Maracanã.
Pelé não teve um sucessor oficial até o fim da sua vida. Os argentinos achavam que Maradona deveria ser real sucessor e muitos o apontavam como melhor do que ele. Pura ilusão. Pelé era único, imbatível. Ouvi de vários companheiros dele, no Santos, declarações fantásticas sobre a maneira como jogava. Pepe, seu companheiro eterno no ataque, dizia que era o maior artilheiro do clube, com 414 gols, porque Pelé não contava, era um ser de outro planeta.
O Brasil assistiu entristecido nos últimos meses o declínio físico da sua saúde, atingido pela doença, que fez o Brasil acompanhar com atenção todos os detalhes dessa luta que ele enfrentou, na esperança que pudesse haver um milagre, o que infelizmente, não aconteceu.
Hoje, Pelé nos deixou, enchendo de comoção e tristeza o coração do povo brasileiro e do mundo. Ele deixa, para sempre, sua marca no futebol brasileiro e no futebol mundial. Nunca houve e nem haverá um jogador como Pelé. Ele será, para sempre, o Rei do Futebol.
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