Parazão suspenso: Bragantino faz denúncia e questiona legitimidade de julgamento no STJD; entenda
Segundo o Tubarão do Caeté, advogado do Paragominas, clube que tenta voltar à elite do estadual na Justiça, é sócio de auditor do Superior Tribunal.
O Bragantino, um dos clubes que foram denunciados pelo Paragominas à Justiça Desportiva por supostas irregularidades no Campeonato Paraense de Futebol, colocou em suspeição a participação do auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Felipe Bevilacqua de Souza, no caso. Segundo o Tubarão do Caeté, o membro da corte é sócio de Marcelo Jucá, advogado do Jacaré. Por conta disso, o Braga afirma que o Paragominas estaria sendo beneficiado no processo.
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A imprensa tomou conhecimento da denúncia depois que o Bragantino publicou uma nota acusando Bevilacqua. Na declaração, o Tubarão do Caeté diz que o julgamento seria, possivelmente, uma "marmelada".
"Curiosamente, o doutor Felipe Bevilacqua, auditor do pleno do STJD, participou apenas dos julgamentos envolvendo o Paragominas. Em outros processos em que o doutor Marcelo Jucá patrocina a causa, mas que não envolvem o Paragominas, Felipe Bevilacqua se julgou impedido", disse a nota.
Verificação
O Núcleo de Esportes de O Liberal apurou e descobriu que realmente Marcelo Jucá e Felipe Bevilacqua são sócios de um escritório de advocacia no Rio de Janeiro. Além deles, compartilha a sociedade outro advogado, Fábio Lira da Silva.
Segundo verificação no site da Receita Federal, o empreendimento existe desde 2009 e funciona, hoje, no centro do Rio de Janeiro, na avenida Rio Branco. O capital social da empresa, que é o valor bruto disponibilizado para abrir o negócio, foi de R$ 15 mil.
O Núcleo de Esportes de O Liberal entrou em contato com o advogado do Paragominas, Marcelo Jucá, que respondeu com surpresa e revolta sobre as acusações. Marcelo definiu a denúncia do Tubarão como 'desleal e injusta'.
"Estou embasbacado, pasmo, estou realmente assustado com o que estou vendo aqui. Tem um documento, com o nome Felipe [Bevilacqua de Souza], na presença do julgamento. Sim ele estava presente, mas ele não vota. Ele é impedido, está gravado e o advogado do Bragantino ouviu isso. É de uma deslealdade o Bragantino falar e fazer uma acusação dessa. É leviano, sujo falar algo neste sentido. Ele ouviu o impedimento, viu que o Felipe pouco permaneceu na sala - estava por outros processos. Viu que ele não votou, estava do meu lado na tribuna. Não posso acreditar que seja verdade. Porque se for, eu vou até às últimas instâncias por uma afirmação tão desleal e injusta", disparou Marcelo.
Parazão suspenso
O Campeonato Paraense de 2023 está temporariamente suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Na última sexta-feira (20), o Paragominas, clube rebaixado à Segunda Divisão estadual em 2022, recorreu ao Superior Tribunal pedindo a manutenção na elite.
Ao STJD, o Paragominas alegava irregularidades envolvendo dois jogadores: Guga e Hatos. Após serem expulsos e punidos pelo TJD por atos de indisciplina praticados quando jogaram a Segundinha pelo Itupiranga, em 2021, os atletas jogaram por outros clubes no Parazão de 2022 e não cumpriram as devidas suspensões apenadas.
No dia 20 de outubro, o STJD havia decidido, por unanimidade, anular todas as decisões até então divulgadas pelo TJD/PA e pedir novo julgamento, o que foi feito em 19 de dezembro do ano passado. O TJD manteve o Paragominas rebaixado e multou o Itupiranga em R$ 30 mil. No entanto, devido às férias do judiciário, o resultado desse julgamento ficou mais de um mês sem ser publicado.
O espaço de tempo entre o julgamento e a publicação abriu precedente para que o Paragominas solicitasse a suspensão do estadual. O pedido foi acatado, em decisão liminar, pelo STJD na sexta-feira (20).
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