Assembleia da CBF aprova terceiro mandato e reforça poder de Ednaldo Rodrigues
Anteriormente, o estatuto limitava a presidência a um único período de reeleição.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aprovou, nesta sexta-feira (8), uma mudança estatutária que permite ao presidente da entidade concorrer a até duas reeleições consecutivas. A decisão foi tomada durante Assembleia Geral Extraordinária na sede da CBF, no Rio de Janeiro, com a unanimidade dos 27 presidentes das federações estaduais.
A alteração beneficia diretamente o atual mandatário, Ednaldo Rodrigues, que poderá disputar dois novos mandatos, potencialmente permanecendo no cargo até 2034. Anteriormente, o estatuto limitava a presidência a um único período de reeleição, ou seja, dois mandatos consecutivos.
Ednaldo ganha segurança jurídica para 2026
Ednaldo Rodrigues assumiu a presidência da CBF em setembro de 2021, após o afastamento de Rogério Caboclo, acusado de assédios moral e sexual. Em março de 2022, foi eleito oficialmente para um mandato de quatro anos, com término previsto para março de 2026.
A mudança estatutária reduz o risco de contestação judicial de uma eventual candidatura em 2026. Aliados temiam que o período de Ednaldo à frente da CBF antes da eleição de 2022 fosse considerado como um primeiro mandato, limitando sua permanência. Agora, ele pode concorrer sem questionamentos jurídicos, estendendo sua gestão até 2030 e, em caso de nova vitória, até 2034.
Cláusula de barreira rejeitada
Outro ponto debatido na Assembleia foi a criação de uma cláusula de barreira. A proposta impediria presidentes de clubes e federações de concorrer à presidência da CBF sem renunciar aos seus cargos ao menos um ano antes da eleição. A medida, que dificultaria a formação de chapas de oposição, não avançou.
Afastamento ainda em análise no STF
Apesar da vitória política, Ednaldo Rodrigues ainda depende de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para consolidar sua posição. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou seu afastamento em dezembro de 2023, mas uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, em janeiro de 2024, garantiu seu retorno até que o caso seja analisado pelo plenário do STF.
O julgamento já foi pautado várias vezes, mas todas as decisões foram adiadas, a última em 9 de outubro. Se o afastamento for confirmado, a CBF precisará convocar novas eleições. Caso contrário, Ednaldo continuará no comando até o fim de seu mandato, em 2026.