Agripino Furtado festeja aniversário com 45 anos de cobertura esportiva no Paysandu

Profissional se destaca pelo trabalho correto e transparente na crônica paraense

Braz Chucre
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Agripino Furtado, um dos mais atuantes repórteres da imprensa radiofônica, começou a traçar o sonho de virar radialista ainda criança no bairro da Terra Firme, usando lata de leite condensado como intrumento de trabalho e dela fazendo seu microfone para irradiar jogos nos campinhos, sem poder imaginar que anos depois seria um profissional de relevância e com nome consagrado na crônica paraense.

Aos 67 anos, completados nesta terça-feira (5), Agripa, como é carinhosamente chamado pelos amigos, é natural de Mocajuba e lembra que a relação com estádios de futebol começou através de picolés. Apesar dos 45 anos como setorista do Paysandu, os primeiros passos foram no Baenão, onde conheceu e travou amizade com Jurandir Bonifácio, repórter setorista da Rádio Marajoara no Leão. Por meio do amigo foi à rádio fazer testes. Com seu 'vozeirão' foi aprovado e começou a trabalhar no dia 1 de junho de 1972, na equipe comandada por Ivo Amaral, curiosamente ainda juntos, no Grupo Liberal.

Agripino foi setorista da Tuna Luso. Eloquente no trabalho de cobertura ao futebol da Águia do Souza, galgou simpatia e muito respeito com os dirigentes do clube luso. Mediante o grau de responsabilidade à sua atividade diária foi designado para o Paysandu, onde está desde desde 1974.

A longevidade na Curuzu tem explicação: maneira simples de divulgar o noticiário do clube no seu dia a dia, método que garante autonomia profisssional entre os bicolores, tanto que o clube, em reconhedimento ao seu trabalho profissional, lhe homenageou batizando uma praça no complexo do Estádio Leônidas Castro com seu nome.

"Não sou famoso, mas agradeço aos bicolores essa homenagem", diz.

Inovação

Hoje fazer rádio está mais fácil para Agripino Furtado que lembra da época das fitas, dos grandes gravadores e dos plantonistas que precisavam trabalhar com vários rádios para saber dos resultados dos jogos.

"Veio o gravador sem fita, celular que dá até pra você nem sair da emissora para gravar, além disso hoje se sintoniza qualquer rádio de fora. Tudo é uma questão de adaptação. Ainda recordo um plantonista sentado na Presidente Vargas tentando sintonizar rádios de fora. Agora é seguir à modernidade e escutamos emissoras de fora com qualidade", disse.

Viajado

Agripa tem muitas horas de voos pelo país e lamenta não conhecer apenas os estado de Mato Grosso do Sul e Roraima.

"Graças a Deus por meio do radio conheci quase todos os estados brasileiro e seus estádios. Estreei fora num  jogo do Vasco e Flamengo no Maracanã, contou"

Valorização

Como analista, diz que o futebol paraense está em baixa pela desenfreada contratação de jogadores de fora que acarretam endividamento aos clubes.

"O abandono aos jogadores da casa é uma das causas do fracasso do nosso futebol, analisou" 

"Tanto Remo, quanto Paysandu trazem muitos jogadores sem qualidade técnica. As dívidas trabalhistas mostram o trabalho sem responsabilidade das diretorias. Os clubes importam os titulares e reservas, ai não tem qualidade. A solução é apoiar o futebol de base e buscar jogador no interior. O jogador regional atua com mais dedicação ao seu clube", concluiu.

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