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A receita de Mano: papo franco e não deixar Palmeiras se desfazer da bola

Diogo Barbosa relata conversa sincera do substituto de Luiz Felipe Scolari para aproximar rapidamente jogadores e comissão técnica e não entende rótulo de retranqueiro do chefe

William Correia

Em três jogos, Mano Menezes conseguiu três vitórias e colocou o Palmeiras com a segunda melhor campanha do primeiro turno do Campeonato Brasileiro, a três pontos do líder Flamengo. Tudo, de acordo com Diogo Barbosa, fruto de uma conversa franca logo ao chegar e uma opinião que teve a concordância dos jogadores: um time com essa qualidade precisa ter posse de bola.

- Quando muda o treinador, consequentemente, tem mudança de ambiente. Não tem como falar o contrário. O Mano chama bastante o jogador para o seu lado, tem essa facilidade. Ele foi bem nítido e claro, jogou as coisas na mesa, com uma conversa bem franca, e isso trouxe uma proximidade rápida entre jogador e treinador, nos fez ter confiança nele, para pegar logo, o mais rápido possível, o que tem a oferecer - disse o lateral, em entrevista coletiva.

- Nosso time é muito técnico e ele pediu a posse de bola, como gostamos. Ele não gosta que a gente se desfaça da bola. Prefere que, quando estiver apertado, sem jogada desenhada ofensivamente, jogue no zagueiro para reorganizar o time e construir a jogada novamente. Conheço bem o Mano e sei que ele vai se aprofundar em não se desfazer da bola, tê-la o máximo possível, para ter opções de jogada. Em pouco tempo de trabalho, deu para ver a diferença - prosseguiu o camisa 6.

Comandado por Mano Menezes no Cruzeiro em 2017, sendo campeão da Copa do Brasil com o técnico, Diogo Barbosa diz que foi procurado por colegas do Verdão para saber do treinador depois que Felipão acabou demitido. O lateral-esquerdo disse ter demonstrado a mesma confiança exibida em sua conversa com os jornalistas antes do treinamento desta terça-feira.

- São estilos de jogo diferentes. Pela qualidade dos jogadores, entendemos que precisamos ter a posse porque, consequentemente, vamos criar bastante. Nos últimos jogos, trocamos mais passes do que antes. E ele vai armar jogadas e situações de jogo para o time jogar melhor. Temos muito a crescer com o estilo dele. As coisas vão melhorar. Vamos jogar de acordo com o que a torcida quer, com posse, indo para cima, com padrão de jogo e jogadas de ataque a toda hora. Quando ele chegou e viu a qualidade do time, falou que times como o nosso precisa ter a bola o tempo todo, não se desfazer da bola - comentou.

- O Mano é um grande treinador. Aos poucos, vai colocar sua metodologia de trabalho. Nesta semana cheia que teremos, vai melhorar mais, colocar mais sua ideia de trabalho e o time vai melhorar ainda mais. Tem coisas que o Mano ainda pode implementar para ajudar. Estou confiante com o Mano. É um grande treinador, que fará o nosso time atuar em alto nível novamente.

A aposta e destaque às escolhas ofensivas de Mano Menezes fazem Diogo Barbosa estar esperançoso para a partida deste domingo, contra o Fortaleza, no Ceará. E não entender o motivo de o treinador ser conhecido como retranqueiro, alcunha que o técnico ouviu ao ser contratado,

- Nunca achei isso. Em 2017, ele fez o Cruzeiro jogar sempre ofensivamente, e sempre o rotularam como retranqueiro. Ele gosta de se defender bem, não gosta de sofrer, e sempre monta defesas fortes e sólidas. Gosta que o time marque muito bem, muito forte e, com a posse, liberdade para fazer o que tem de característica. Mas gosta que o time tenha a posse e não se desfaça da bola. Muitas vezes, isso pode não ocorrer. Mas sei como ele gosta de jogar e não gosta de sofrer. Não sei por que essa fama que ele leva, tem um estilo de jogo totalmente diferente do que falam.

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