Federação Paraense de Basquete e Paysandu se manifestam sobre atrasos nas finais do Parazão
Após um campeonato afetado com atrasos significativos, o vice-campeão estadual e a FPB comentaram o panorama do esporte no Pará
Na última sexta-feira (13) ocorreu a final do Campeonato Paraense de basquete adulto masculino. Remo e Paysandu se enfrentaram no ginásio Mangueirinho e os azulinos levaram a melhor, ganhando a partida e o título da temporada, mas o evento que era para ser organizado e festivo acabou com um atraso de mais de três horas. O caso não foi isolado se repetiu pouco tempo antes da final, fato que desagradou principalmente a torcida que compareceu com o intuito de prestigiar o esporte.
Nos últimos anos a Federação Paraense de Basquete tem tomado algumas medidas polêmicas, que desagradaram alguns de seus filiados. Em 2023, por exemplo, o Paysandu não participou da competição em discordância com o regulamento aprovado na época. O certame foi esvaziado e apenas Remo e JP8 se enfrentaram em sistema de playoffs. De acordo com o diretor de basquete do Paysandu, a decisão do clube foi acertada.
"Ano passado a gente não jogou porque o presidente era ligado ao Remo e ele queria fazer um regulamento para favorecer eles, como foi feito. Tanto que nenhuma equipe participou. Teve dois, três jogos lá no Serra Freira. Eles jogaram contra o JP8, que é um time apadrinhado deles e aí eles fizeram o campeonato para serem campeões", criticou Wagner Viana. Em relação ao atraso nas finais de 2024, o dirigente ressaltou que houve prejuízo, mas não da forma como ocorreu no ano anterior, e sim pelo esforço do acerto.
"Aconteceram vários problemas, sem dúvida nenhuma, mas eu achei que teve uma melhora, porque pelo menos eles tentaram pensar fora da casinha, com jogos no Mangueirinho. O problema é que marinheiros de primeira viagem sempre apanham, então apanharam em algumas coisas. A gestão tende a ser de grande melhoria pro basquete local, principalmente no feminino, que está sendo amplamente apoiado, além do próprio basquete masculino, não só adulto. Tem que ver o contexto geral. Acho que a tendência é melhorar", completa.
Entramos em contato com o departamento de basquete do Clube do Remo, mas até o fechamento da edição não tivemos retorno.
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Federação
Até março deste ano, a Federação Paraense de Basquete era presidida por Neto Vieira, que não se manifestou sobre os atrasos, mas a atual gestão, que tem na figura do vice-presidente, Sergio Gluck Paul, destacou a evolução no quesito organização e prestígio, mesmo com os problemas decorrentes das finais deste ano.
"Foi o maior campeonato de todos os tempos. Você lembra que antes era só Paysandu e Remo? Uma vez ou outra tinha um time a mais. Recentemente fizemos com quatro equipes, no masculino, porque na federação não tinha feminino. Esse ano fizemos com cinco equipes, Paysandu, Remo, JP8, Basquete Paraense e Assembléia Paraense. As cinco com equipes masculina e feminina", elenca. Quanto aos episódios das finais, Gluck Paul admitiu os erros e garantiu que a FPB trabalha para erradicá-los.
"Tivemos erros. Dois jogos tiveram atrasos inaceitáveis que serviram de aprendizado. Um teve atraso porque tinha uma programação anterior de handebol e futsal, que começava às 8 da manhã até às 22 horas. O nosso começaria às 22h. O futsal atrasou e invadiu o nosso horário. Eu nem estava em Belém. Se tivesse eu iria invadir a quadra para impedir a realização. Peço desculpas para todo mundo que estava presente e foi embora", explica.
"Na final de domingo, que seria às 18h30, antes o árbitro apitou uma final olímpica. É um dos melhores do Brasil, mas o voo dele atrasou. Quando chegou estava um temporal e o avião não pôde pousar em Belém. Foi para Teresina esperar outro e ele só chegou aqui às 20h30. Mais um atraso. Um segundo atraso seguido que nos deixou tristes", lamenta, ao mesmo tempo que garante estar atrás de maiores investimentos para a modalidade.
"Somos um representante do esporte amador. O basquete enfrenta muitas dificuldades financeiras. Esperamos para o ano que vem bons patrocínios. Conversamos com o Banpará, Seel, ter uma melhor estrutura para melhorar a gestão e pagar um bom árbitro, hospedagem. Nós arriscamos para melhorar, mas muitos torcedores não entendem e, com todo direito, ficam com raiva", encerra.