Defesa de Daniel Alves pede anulação de julgamento e diz que réu é vítima de 'tribunal paralelo'
Após quase um ano preso, o julgamento do jogador começou nesta segunda-feira (5), com pedido de anulação por parte da defesa de Daniel
O julgamento do ex-jogador Daniel Alves começou nesta segunda-feira (5), em Barcelona, na Espanha. O brasileiro é acusado de violentar sexualmente uma mulher em uma boate na cidade catalã, em dezembro de 2022. A defesa do ex-atleta pediu que o julgamento fosse anulado, pois o juiz não autorizou que um segundo perito examinasse a vítima.
Inés Guardiola, advogada do ex-lateral, afirmou que o cliente está sendo vítima de um "tribunal paralelo", que estava sendo feito pelo público na Internet e imprensa. “Foi vítima de uma investigação policial sem conhecimento do cidadão e sem a possibilidade de se defender”, disse a defesa.
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A advogada também acusou a juíza que decretou a prisão preventiva de Dani de ter sido "contaminada pelos meios de comunicação e isso deve levar à nulidade do processo e à liberdade do acusado”, dizendo que o réu testemunhou apenas duas vezes perante a magistrada e não cinco.
Segundo o jornal La Vanguardia, Inés Guardiola ainda pediu que o jogador prestasse depoimento no final do julgamento, após que todas as testemunhas e a vítima se pronunciarem. O pedido foi acatado.
Julgamento
Daniel está sendo julgado pela Audiência de Barcelona, considerada a instância mais alta da Justiça da região. O julgamento do brasileiro terá 28 testemunhas, a jovem que acusa o ex-jogador e deve durar pelo menos três dias.
Alves nega as acusações da vítima e já apresentou pelo menos cinco versões sobre o que supostamente teria acontecido na boate.
Neste primeiro dia de julgamento, Daniel Alves e outras seis pessoas prestam depoimento no tribunal espanhol. As outras 22 testemunhas prestam esclarecimentos no segundo dia e a última sessão, marcada para a quarta-feira (7), ficará voltada para os detalhes periciais e as conclusões. A vítima deve depor em uma sala reservada, longe do ex-atleta e da imprensa.
Prisão
O Ministério Público espanhol pede nove anos de prisão a Daniel Alves. Já a defesa da vítima, pede uma pena de 12 anos. Apesar dos três dias de julgamento estarem definidos, não há prazo para a sentença do jogador. Assim, ele segue preso, a disposição da Justiça espanhola.
Relembre o caso
Daniel Alves foi preso preventivamente em janeiro de 2023 após ser acusado de violentar sexualmente uma mulher em uma boate em Barcelona, no dia 31 de dezembro.
O crime teria ocorrido no banheiro da casa noturna. O ex-jogador negou as acusações e já deu pelo menos cinco versões sobre o caso.
Inicialmente, Daniel havia negado o crime e disse que não conhecia a mulher. Já na segunda versão, o jogador afirmou que teve relações sexuais com a moça, que foram consensuais, mas sem penetração.
Depois, disse que houve penetração, mas que tudo foi consensual. Além disso, o ex-jogador da Seleção disse em um dos depoimentos que a mulher havia feito sexo oral nele sem consentimento dele.
A defesa do atleta ainda disse que ele mentiu, pois não queria acabar com o casamento que tinha com a modelo Joana Sanz, ela acabou anunciando a separação no ano passado. Enquanto Daniel Alves mudou diversas vezes a sua versão sobre o caso, a vítima seguiu firme no relato.
Casos de estupros na Espanha podem resultar em condenações de 4 a 15 anos de prisão.
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